Há uns anos atrás quando estava eu a estudar na Universidade do Porto, numa aula de fonética, o professor pediu à turma que lhe indicasse sinónimos da palavra “afia”. Á medida que os alunos iam dizendo, ele ia escrevendo no quadro. Apareceram nomes como “afia”, “apara-lápis”, “aguça”, “apara” e por aí em diante… Entretanto, como ainda não tinha visto a palavra que eu sabia que significava a mesma coisa e eu sempre disse, porque sou de Leiria, pensei que a minha sugestão ia ser bem-vinda. Ponho o dedo no ar, com orgulho de poder participar e dizer uma palavra que ninguém disse ainda. O professor passa-me a palavra e digo “AFIADEIRA”. Mas o que saiu da boca do professor surpreendeu-me: “Oh menina, essa palavra já não se usa nos dias de hoje.”
Engraçado que se alguém vier a Leiria e pedir uma aguça, eu tenho a certeza que iram levar com aquele olhar trinta e três que se interroga “O que raio estás para aí a dizer?”, mas pronto, tudo bem.
Ainda assim, o professor colocou a palavra no quadro. Foi batalha meia ganha. Pelo menos assim o considerei.
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