Se és fã de A Guerra dos Tronos ou da série literária As Crónicas de Gelo e Fogo, certamente já te perguntaste como George R.R. Martin cria universos tão complexos e personagens tão marcantes. Conhecido tanto pela sua genialidade quanto pela demora em lançar novos livros, Martin tem uma rotina de escrita peculiar que intriga leitores e aspirantes a escritores em todo o mundo.
Neste artigo, vamos explorar como é o processo criativo de George R.R. Martin, que hábitos ele cultiva no seu dia a dia e o que podemos aprender com a sua forma de escrever.
A Divisão Entre o “Jardineiro” e o “Arquiteto”
Martin divide os escritores em dois tipos: arquitetos e jardineiros. Ele próprio considera-se um jardineiro - alguém que planta ideias e vai desenvolvendo a história à medida que escreve, sem necessariamente seguir um plano rígido.
“Os jardineiros plantam uma semente e deixam a história crescer organicamente.” - George R.R. Martin
Este método, embora menos previsível, permite um maior espaço para a criatividade e para reviravoltas surpreendentes, como as que vemos constantemente nos seus livros.
O Espaço de Escrita de George R.R. Martin
Ao contrário do que se possa imaginar, George R.R. Martin não usa softwares de escrita mais modernos. Ele escreve os seus livros numa máquina antiga chamada WordStar 4.0, num computador DOS dos anos 80.
Segundo o autor, esta ferramenta evita distrações e ajuda-o a manter o foco. Num mundo onde notificações e redes sociais interrompem constantemente o processo criativo, o minimalismo do seu método é surpreendentemente eficaz.
Horário de Escrita
Martin é um notívago. Costuma escrever durante a noite, quando a casa está silenciosa e a mente pode divagar sem interrupções. Embora ele não siga horários fixos, tende a trabalhar melhor entre o fim da tarde e o início da madrugada.
A sua produtividade varia - há dias em que escreve várias páginas e outros em que passa horas a pensar num único parágrafo. Para ele, qualidade vem antes de quantidade.
A Disciplina (ou Falta Dela)
Martin já admitiu que luta com prazos. O longo intervalo entre os livros da série As Crónicas de Gelo e Fogo é frequentemente alvo de piadas na internet, mas reflete um perfeccionismo rigoroso.
Apesar de não ser o exemplo mais tradicional da disciplina, a sua dedicação à profundidade dos personagens e à construção do mundo mostra que cada palavra é cuidadosamente escolhida.
O que podemos aprender com George R.R. Martin?
Se és escritor ou pretendes entrar no mundo da escrita criativa, aqui ficam algumas lições valiosas da rotina de Martin:
- Encontra o teu próprio processo: Não há uma fórmula mágica. O que funciona para uns pode não funcionar para outros.
- Aceita o caos criativo: O planeamento é útil, mas deixar espaço para a improvisação pode tornar a história mais rica.
- Elimina distrações: Ferramentas simples ou mesmo antigas podem ser aliadas poderosas na concentração.
- Respeita o teu ritmo: Nem todos escrevem 5.000 palavras por dia - e está tudo bem.
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