terça-feira, 17 de dezembro de 2024

O violino do amor

 

violino a preto e branco

Ultimamente rimas com tudo e com nada. Cada palavra pronunciada pela tua voz tem o intuito de rimar com as minhas. Não só a nível sintático, mas também rítmico. Achas piada a esse jogo e pensas que para ser poeta os versos têm que rimar. Como se o poema fosse melodia e competes contigo mesmo. Quem diria que prefiro versos soltos que dizem tudo a versos rítmicos que não dizem nada… Melodia é quando os teus lábios tocam nos meus, e escreves os melhores versos sem fala ou escrita. Tens o ritmo no toque e não o sabes. Produzes todas as notas musicais nos meus lábios e no meu corpo como se fosses artista e eu sou o teu violino. Agarras em mim e tocas a peça “inverno” de Vivaldi com a desculpa que temos de nos aquecer. Envolvo-me nos teus braços, beijo os teus lábios, fazes-me declamar a mais bela poesia com a ponta dos teus dedos. Afinal és mais que poeta, és artista. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O que oferecer a um escritor no Natal

Mulher escrevendo

 O que dar de prenda a alguém que goste de escrever? Pode ser, sem dúvida, um grande desafio. Mas eu estou aqui para vos ajudar. Aqui estão alguns exemplos do que podes oferecer este Natal. 

1. Ferramentas de Escrita

- Cadernos de qualidade: moleskines ou cadernos personalizados são sempre úteis.

- Canetas especiais: canetas-tinteiro, canetas gel ou canetas de design elegante.

- Teclado mecânico: muitos escritores adoram a sensação tátil de um teclado mecânico. 

2. Livros Inspiradores

- Clássicos sobre escrita: exemplos incluem Escrever de Stephen King, ou Escrevendo com a Alma, de Natalie Goldberg.

- Romances ou contos: livros do género favorito do escritor podem servir de inspiração.

- Diários de leitura/escrita: livros interativos que ajudam a desenvolver ideias ou acompanhar o progresso criativo. 

3. Itens de Decoração Temáticos 

- Posters literários: com citações de autores ou ilustrações de clássicos da literatura.

- Luminárias criativas: como luminárias em formato de livro ou que imitam velas para criar um ambiente aconchegante. 

- Xícaras temáticas: personaliza das com frases como “Cuidado: este escritor está a criar mundos”.

4. Tecnologia e Ferramentas Digitais

- Assinatura de software: programas como Scrivener ou Grammarly podem ser úteis. 

- Kindle ou e-readers: para leitura prática e acesso a muitos livros.

- Assinatura de biblioteca digital: serviços como Audible, Kindle, Unlimited ou Scribd.

5. Acessórios para Conforto

- Fones de ouvido com cancelamento de ruído: perfeito para criar um ambiente de concentração.

- Apoio ergonómico: suporte para laptop ou almofadas de cadeira para longas sessões de escrita.

- Cobertores aconchegantes: para os dias frios de escrita.

6. Experiências 

- Workshop de escrita: presencial ou online, de acordo com os interesses do escritor.

- Assinatura de um clube de livro: para mantê-lo sempre a ler e inspirado.

- Ingressos para eventos literários: palestras, feiras do livro ou lançamentos de autores.

7. Itens Personalizados

- Capas de livros customizadas: com o nome ou inicial do escritor.

- Marcadores de página artesanais: úteis e cheios de charme.

- Carimbos de assinatura: para “autografar” livros ou papéis de forma criativa.

8. Outros itens úteis 

- Quadros brancos ou morais de cortiça: para organizar ideias e cronogramas.

- Kits de café ou chá gourmet: combustível essencial para muitos escritores.

- Caixas literárias: como as da Tag Livros ou OwlCrate, que incluem livros e mimos temáticos. 

Esses presentes mostram que pensaste no que o escritor realmente valoriza: criatividade, conforto e inspiração. Se souberes os gostos específicos dele, melhor ainda, que dá para personalizar muito mais! 

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Destaques do autor: Stephen King

 

Máquina de escrever

Stephen King, além de ser um dos escritores mais bem-sucedidos do mundo, tem uma vida cheia de curiosidades fascinantes. Estas são algumas delas:

1. Começou a escrever muito cedo

King escreveu a sua primeira história aos 6 anos de idade, inspirando-se em quadradinhos que lia na infância. 

Na adolescência vendia cópias das suas histórias para os colegas da escola.

2. Rejeições iniciais

Antes de se tornar famoso, King acumulou tantas cartas de rejeição de editoras que chegou a pregar todas com um prego na parede do quarto. O prego ficou tão cheio que precisou ser substituído por outro mais resistente. 

3. O lixo virou sucesso 

Carrie, o seu primeiro romance publicado, quase não saiu do papel. King jogou o manuscrito no lixo ao achar que não era bom o suficiente. A sua esposa, Tabitha, incentivou-o a terminá-lo e enviá-lo para as editoras. Foi o livro que acabou por o tornar famoso. 

4. A ligação com o sobrenatural 

Muitos dos seus romances são inspirados por pesadelos ou pensamentos que ele considera “assustadores demais para ignorar”. A ideia de It: A Coisa, por exemplo, veio de um pensamento sobre o que poderia viver nos esgotos de uma cidade pequena.

5. Participação em filmes 

King adora aparecer como figurante em adaptações dos seus próprios filmes. Tem até participações especiais em filmes como Creepshow, Carri, Pet Sematary e It: Capítulo 2.

6. Enfrentou o alcoolismo e o vício em drogas

Durante os anos 70 e 80, Stephen King lutou contra a alcoolismo e a dependência química. Chegou inclusive a admitir que escreveu livros como Cujo em um estado de blackout, sem se lembrar do processo depois. A sua família foi crucial para ajudá-lo a superar os seus vícios.

7. Apaixonado por música

Stephen King é fã de rock e até tocou guitarra numa banda chamada “The Rock Bottom Remainders”, formada por outros escritores famosos, como Amy Tan e Mitch Albom.

8. Quase morreu num acidente 

Em 1999, King foi atropelado por uma carrinha enquanto fazia uma caminhada. Sofreu sérias lesões e quase perdeu a vida. O acidente teve impacto na sua escrita e levou à decisão de desacelerar a sua carreira.

9. Escritor prolífico 

Publicou mais de 70 livros e centenas de contos. Alguns dos seus trabalhos foram assinados com o pseudónimo Richard Bachman para testar se ele conseguiria vender sem o peso do nome Stephen King. 

10. Coleção de manuscritos rejeitados

Stephen King guarda os rascunhos rejeitados dos seus trabalhos como forma de se lembrar das dificuldades do início da sua carreira e o valor da sua perseverança. 

11. Fobia de palhaços 

Apesar de criar Pennywise, o aterrorizante palhaço de It: A Coisa, King tem um medo genuíno de palhaços, o que inspirou o personagem. 

12. Leitor voraz

King lê cerca de 80 livros por ano e defende que escritores devem ser leitores assíduos. 

Stephen King é um exemplo de como perseverança, imaginação e trabalho duro podem transformar obstáculos em sucesso duradouro. 


sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Rotina de escrita: Stephen King

Pessoa a ler com um cafe na mão

 Stephen King é conhecido pela sua produtividade impressionante e disciplina. King segue uma rotina consistente que combina trabalho duro com uma abordagem prática. Estes são os principais elementos da sua rotina de escrita:

1. Escrita Diária

- Meta de palavras: King escreve cerca de 2.000 palavras por dia, o que equivale mais ou menos a cerca de 10 páginas.

- Horário fixo: o autor normalmente começa a escrever todas as manhãs por volta das 8h e trabalha até terminar a sua meta diária, o que pode levar cerca de 3 a 5 horas. 

2. Ambiente

Stephen King dá muita importância a um local de trabalho tranquilo e sem distrações. Este autor prefere um espaço com uma porta fechada para o ajudar a concentrar. 

3. Consistência 

O autor Stephen King escreve sete dias por semana, incluindo feriados, porque acredita que a consistência é essencial para manter o fluxo criativo.

4. Reescrita e Revisão 

Após terminar o primeiro rascunho, King recomenda deixar o texto de lado por pelo menos seis semanas antes de revisá-lo. Isso permite que o autor veja a obra com “novos olhos”. 

5. Leitura

Stephen King lê todos os dias, considerando a leitura uma parte essencial do desenvolvimento como escritor. Ele lê de tudo. Desde livros de ficção, não ficção e até géneros que não são do seu interesse imediato. 

6. Prioridade para a Criatividade

Durante o período de escrita, King evita distrações, como redes sociais ou telefonemas. Ele considera esse tempo sagrado. 

Filosofia de Escrita

No seu livro Sobre a Escrita: A Arte em Memórias (On Writing: A Memoir of the Craft), King compara a escrita a escavar fósseis: o trabalho do escritor é “descobrir” a história, em vez de criá-la do nada. 

O autor acredita também no poder da simplicidade. King sugere evitar adjetivos e advérbios desnecessários e manter uma narrativa clara e direta. 

Esta rotina reflete a importância de criar hábitos sólidos, consistência e foco para escritores que desejam alcançar produtividade e qualidade nas suas obras. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Stephen King writing advice

 

“First write for yourself, and then worry about the audience.”

“Don’t use passive voice.”

“Avoid adverbs.”

“Avoid adverbs, especially after “he said” and “she said”.”

“…But don’t obsess over perfect grammar.”

“The magic is in you.”

“You have three months.”

“Write one word at a time.”

“Stick to your own style.”

“The research shouldn’t overshadow the story.”

“You become a writer simply by reading and writing.”


sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O que aprendi com a MasterClass de Neil Gaiman

Livro aberto

 Neil Gaiman é um dos autores mais populares da atualidade. E após assistir a MasterClass do autor, isto é o que tenho para partilhar convosco. 

Nós usamos histórias desde o início da humanidade para aprendermos. Na ficção transmitimos a verdade com histórias, que são fundamentalmente a contradição mais gloriosamente gigante que podes imaginar. O que estamos a dizer é que usamos mentiras. Estamos a levar pessoas que não existem, e coisas que não aconteceram a essas pessoas para lugares que não existem, e estamos a usar essas coisas para comunicar coisas verdadeiras às crianças. 

Neil Gaiman aconselha todo o escritor a ter uma pilha de textos, músicas, livros, pessoas que conhecemos aponte num caderno ou formato digital, como fonte de inspiração. Uma vez que as nossas influências são todo o tipo de coisas. As ideias obtêm-se juntando duas coisas. Juntando algo que nunca foi visto até hoje. Como o exemplo que o autor dá, “e se um lobisomem mordesse uma cadeira e essa cadeira matasse alguém?”.

Para encontrarmos a nossa própria voz teremos que começar por imitar os autores que gostamos e conhecemos e escrevermos até encontrarmos a nossa própria voz. Depois de escreveres 10.000 palavras, 30.000 palavras, 60.000 palavras, 150.000 palavras, um milhão de palavras, terás a tua própria voz. A tua voz é aquilo que não consegues deixar de fazer. A tua voz estará presente quer estejas a escrever uma fantasia ou uma ópera espacial. 

Mas o que é uma história? “A história é algo fictício que faz com que vires as páginas e que não te sintas enganado no final.” Para desenvolver a história temos que perguntar “E agora, o que vai acontecer?” A primeira coisa que tens que fazer, é importar-te com os teus personagens, se não te importares, ninguém se irá importar. 

Assim que tens uma ideia, escreve tudo aquilo que sabes. Podem ser rabiscos, palavras circuladas, qualquer coisa. Continua a escrever pensando onde queres chegar e não pares. 

Quando começamos a escrever não pensamos que vamos escrever aquele livro. Pensamos sim, na história que irá dar origem a esse livro. Tens que permitir que o conflito aconteça. E tens que saber o que querem os teus personagens. Muitas vezes é isso que faz desenrolar a história.  E apenas um deles pode ter o que quer. E lembra-te que as personagens para o bem e para o mal, sempre conseguem o que precisam. E não o que querem.

O que os personagens querem e o que os personagens precisam sempre impulsionaram cada história e sempre determinam como cada personagem irá se comportar, o que vai acontecer e como eles interagem com outros personagens. 

Ao descobrires como soam as personagens, como falam, irás descobrir o seu carácter através do diálogo. Precisas de saber como a pessoa que está a falar, se parece. Tens que a visualizar. Precisas conhecer bem os teus personagens para saber se fariam tal coisa. 

Quando tens muitos personagens na tua história, precisas de lhes dar algo que o torne diferente de todos os outros. Ao escreveres características visuais e verbais estás a ajudar o leitor a distinguir as personagens. 

Ao criares um mundo, precisas de olhar o mundo lá fora, pensa nos lugares onde já estiveste. Fá-los maiores. Fá-los menores. Como seria uma escola que cobrisse uma cidade inteira? Como seria se fosse uma ilha? E se estivesse a flutuar no ar? Como chegarias lá?

Permite que os teus personagens descobram as regras do mundo onde estão. As pessoas descobrem as coisas ao errarem. Descobre-se que o fogo queima pondo a mão nele. 

Descreve o que precisa ser descrito. Explica o que precisa ser explicado. Para a descrição, o autor tenta montar uma cena para as pessoas. Vai descrever uma pessoa. Um portão. Um túmulo. Mas o que o autor vai fazer é assumir que o leitor sabe como é que se parece uma árvore, uma casa, uma porta. E não precisa ser uma coisa muito grande para ser distinguível de outra igual a ela. Basta dizer que a árvore parece uma mão apertada tentando agarrar as nuvens. E, de repente, sabes que aquela árvore é diferente. Isto evoca uma emoção. 

Ao apelar aos cinco sentidos estamos a fazer com que o leitor sinta as coisas que lê muito mais vivamente. No entanto, o cheiro é sobrevalorizado na escrita. Já o toque, um dos mais usados, cria uma emoção. Se o autor disser que o personagem tocou em algo húmido e quente, este é o toque dos pesadelos. Ou assim, o conhecemos. 

Como lidar com o bloqueio de escritor?

Pensasse que o bloqueio de escritor é algo pelo qual nada podes fazer, o que é mentira. Na verdade, apenas ficaste bloqueado numa cena qualquer da história. Para lidar com isso há duas regras:

1. Comece a um passo de distância, ou seja, não fiques a olhar para a página em branco, vai fazer outra coisa qualquer.

2. Volte fingindo que nunca o leu antes, ou seja, começa do zero e lê a história por completo. 

Uma vez que fazemos isso, a história irá tornar-se óbvia. O problema está sempre antes, nas linhas anteriores às que paraste. 

O processo de escrita está dividido em dois. É primeiro um processo de criação e depois um processo de edição e correção. Após escrever uma história, Neil Gaiman, afasta-se do rascunho durante uma semana a 10 dias e imprime. Ao voltar, finge que nunca o leu antes e que nada sabe sobre o que está a ler. E faz anotações. Anotações sobre o que não faz sentido para ele enquanto leitor. 

A diferença entre o primeiro rascunho e o segundo rascunho geralmente pode ser pequena. Mas é o rascunho mais importante. É onde irás reforçar sobre o que é a história e eliminar os lugares onde estás a escrever coisas que não  são o assunto da história. E isso irá definir o que fica e o que sai. O processo de escrever o segundo rascunho, é fazer parecer que sabias o que estavas a fazer o tempo todo. 

Quando as pessoas dizem que algo não funciona na tua história. É verdade. Acredita nelas. Essa informação é importantíssima. Mas quando te dizem, que algo está errado e te dizem como corrigir, geralmente estão errados. Quando algo não resulta, normalmente o problema está antes no texto. E por vezes, é algo que precisa desaparecer. Ás vezes é algo que precisa ser escrito para configurar algo. Mas recebe essa informação como algo que não funciona para o leitor e apenas isso. Se começares a corrigir para este ou aquele leitor, estarás a escrever a história deles e não a tua. 

Regras para escritores:

1. Tens que escrever. Se não escreveres nada acontecerá.

2. Tens que terminar o que escreves. 

3. Depois de terminares, tens que enviá-la ao mundo para alguém que possa publicá-la. 

4. Quando voltar, que provavelmente irá voltar, tens que a enviar novamente. Continua até a conseguires publicar. 

5. Começa a escrever a próxima história. Continua. 

Se perguntares a Neil Gaiman o que deves fazer para seres um escritor, a resposta será esta: “deves escrever” e “deves terminar as coisas” e se não tens nada para dizer “vai lá para fora, para o mundo”. Ler é fantástico. Lê tudo o que puderes. Escreve tudo o que puderes. Mas viva muito, porque tudo o que acontece na vida vai acabar na ficção. Vais precisar de todos os seres humanos que já conheceste. Vais precisar de tudo aquilo que vês, porque um dia vais escrever uma história. 

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