Acordo com a chuva lá fora e lágrimas caem do meu rosto, mais uma vez. Eles dizem que fica mais fácil e eu não acredito numa palavra do que dizem. Sigo em frente, ponho um sorriso no rosto, saio no meio da multidão para não sentir. Não quero sentir dor. Acreditei em ti quando disseste que nunca ias embora. Nunca quebraste uma promessa, por isso deduzi que não fosses quebrar essa. Ironia do destino. Foi a única que quebraste. Estou farta das pessoas. Da multidão que vagueia sem direção, sem destino. Há quem me faça perguntas à espera que eu minta. Há quem pense que sempre que mando uma mensagem é porque preciso de ajuda. Estou farta de vocês. Farta das facas nas costas, dos murros certeiros e das rasteiras improvisadas. Tanto interesse que corre pelas ruas e eu, à espera na esquina da vida, por ver algo com alma! Farta de ouvir os outros falarem sem sentirem o que dizem. Saudades de ver aquele brilho nos olhos dos apaixonados. As pessoas são todas iguais. Sempre esperei poder dizer "tu és diferente". Basta serem humanos e cobardes. Eu incluída.
Um blog literário e criativo com foco na escrita, na leitura e na transformação pessoal.
segunda-feira, 8 de julho de 2024
Promessas quebradas
Acordo com a chuva lá fora e lágrimas caem do meu rosto, mais uma vez. Eles dizem que fica mais fácil e eu não acredito numa palavra do que dizem. Sigo em frente, ponho um sorriso no rosto, saio no meio da multidão para não sentir. Não quero sentir dor. Acreditei em ti quando disseste que nunca ias embora. Nunca quebraste uma promessa, por isso deduzi que não fosses quebrar essa. Ironia do destino. Foi a única que quebraste. Estou farta das pessoas. Da multidão que vagueia sem direção, sem destino. Há quem me faça perguntas à espera que eu minta. Há quem pense que sempre que mando uma mensagem é porque preciso de ajuda. Estou farta de vocês. Farta das facas nas costas, dos murros certeiros e das rasteiras improvisadas. Tanto interesse que corre pelas ruas e eu, à espera na esquina da vida, por ver algo com alma! Farta de ouvir os outros falarem sem sentirem o que dizem. Saudades de ver aquele brilho nos olhos dos apaixonados. As pessoas são todas iguais. Sempre esperei poder dizer "tu és diferente". Basta serem humanos e cobardes. Eu incluída.
segunda-feira, 1 de julho de 2024
Raymond Chandler’s writing advice
“A good story cannot be devised, it has to be distilled.”
“I write when I can and don’t write when I can’t.”
“The actual writing is what you live for. The rest is something you have to get through in order to arrive at that point.”
“When in doubt, have a man come through the door with a gun in his hand.”
“Technique alone is never enough. You have to have passion. Technique alone is just an embroidered potholder.”
“The challenge is to write about real things magically.”
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Dilemas de Português
Há uns anos atrás quando estava eu a estudar na Universidade do Porto, numa aula de fonética, o professor pediu à turma que lhe indicasse sinónimos da palavra “afia”. Á medida que os alunos iam dizendo, ele ia escrevendo no quadro. Apareceram nomes como “afia”, “apara-lápis”, “aguça”, “apara” e por aí em diante… Entretanto, como ainda não tinha visto a palavra que eu sabia que significava a mesma coisa e eu sempre disse, porque sou de Leiria, pensei que a minha sugestão ia ser bem-vinda. Ponho o dedo no ar, com orgulho de poder participar e dizer uma palavra que ninguém disse ainda. O professor passa-me a palavra e digo “AFIADEIRA”. Mas o que saiu da boca do professor surpreendeu-me: “Oh menina, essa palavra já não se usa nos dias de hoje.”
Engraçado que se alguém vier a Leiria e pedir uma aguça, eu tenho a certeza que iram levar com aquele olhar trinta e três que se interroga “O que raio estás para aí a dizer?”, mas pronto, tudo bem.
Ainda assim, o professor colocou a palavra no quadro. Foi batalha meia ganha. Pelo menos assim o considerei.
quinta-feira, 13 de junho de 2024
Desejo
Crio em ti a imagem que sou e entre os labirintos do meu corpo, sinto-te. Os lábios grená que surgem nesta escuridão imunda de amor e ódio. Que a minha paixão é loucura e a razão fraca demais para que o desejo não prevaleça. O suor do teu corpo e o calor do meu toque nem por isso suave. E os gritos abafados e os vidros embaciados. O meu sangue é vinho vertiginoso. Se fosse o amor a essência mais pura, o ódio servido em castiçal também seria perfeito. O olhar enternecedor cruza a minha estrada e choro para que possa entender as suas lágrimas. Por entre rios andei e em ruas mergulhei. O toque de peles que faz arder o sensível corpo que me acompanha. A minha mente é cinza. E de fogo a vida e de vida a fogo ardo em pensamentos que anseiam ser ouvidos por almas mortais. Brechas de luz que iluminam as minhas madrugadas e me forçam a encarar o orvalho na berma do trajecto. O medo arrepia-me e faz-me suar as drogas que já provei nesta vida. Encaro a loucura com uma lucidez desprovida de razão. Escrevo o sentir sem pensar e escrevo o que penso sem sentir. Imprimo no papel as palavras loucas de um génio iludido com a razão. Não lhe faz jus tal título...medíocre escritor que pelas ruas combalias com destino a poesia e usas a prosa como caminho. O caminho que percorremos decerto desigual iguala no fim da estrada. Oh carro sem travões... Oh rodas assassinas... Eu tenho o motor e ele te clama vrrrum vrrum vrrum... Ainda estou longe do precipício. Acelera a máquina que me bate no peito e abranda a vida para que tudo isto seja perto de perfeito.
quinta-feira, 6 de junho de 2024
George Orwell’s writing advice
“Never use a metaphor, simile, or other figure of speech which you are used to seeing in print.”
“ Never use a long word where a short one will do.”
“If it is possible to cut a word out, always cut it out.”
“Never use the passive where you can use the active.”
“Never use a foreign phrase, a scientific word, or a jargon word if you can think of an everyday English equivalent.”
“Break any of these rules sooner than say anything outright barbarous.”
quinta-feira, 23 de maio de 2024
Memórias
Lembro-me da primeira vez que mudei de casa. Sentada naquela cama nova, naquela casa que ecoava as nossas vozes da pouca mobília que tinha. Fiquei toda a noite a olhar pela janela do meu quarto, com os phones nos ouvidos, à espera. Simplesmente à espera. Estava com medo, nervosa. Queria alguém ali para me abraçar e dizer "está tudo bem. podes adormecer". Mas não estava. Várias vezes alguém me gritava "ninguém quer estar sozinho", quando eu tentava ter dois minutos de puro silêncio, sem ter que forçar um sorriso ou prestar atenção a alguém que não eu. Ela tinha razão. No fundo, ninguém quer estar sozinho, nem mesmo para ter aqueles dois minutos de paz. Porque ela ensinou-me que o problema não é a presença da pessoa, mas a voz. Há pessoas que deviam aprender a calar e ficar assim, em silêncio. Não por quererem, mas porque certa e determinada pessoa precisa que te cales por dois minutos. Eu aprendi que a mesma pessoa que me deita a baixo, pode ser ela mesma a estender a mão e ajudar-me a levantar. Eu aprendi muito contigo. Principalmente a crescer. Mas nessa noite, mesmo sem ninguém, onde tudo era silêncio, eu desejei o barulho. E assim que o sol nasceu e as pessoas começaram a sua rotina diária, eu sussurrei para mim mesma: "está tudo bem, podes adormecer". E lentamente fui fechando os olhos... Porque com ou sem alguém, o sol volta a nascer e mais tarde, a noite é, mais uma vez, realidade.
Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças
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