terça-feira, 28 de janeiro de 2025

”As Três Vidas” de João Tordo

Capa do livro “as três vidas” de João Tordo

Início da leitura: 03 de Janeiro de 2025

Fim da leitura: 19 de Janeiro de 2025

Páginas: 472

Rating: ★★★★

Não sei porquê mas não me consigo lembrar do nome da personagem principal, aliás, duvido que apareça no livro até. Mas adiante, história bastante interessante e envolvente. Nunca tinha lido nada do autor, mas este livro prendeu-me desde a primeira página. Um homem que precisa de trabalho para poder sustentar a família, vai trabalhar para o meio do Alentejo numa casa de ricos. Mas rapidamente descobre que o seu trabalho é mais do que tratar de burocracias. Envolvendo-se nas vidas dos netos do seu patrão, de nome Milhouse Pascal e sempre com o fiel jardineiro Artur para o acompanhar acaba envolvido em problemas que o obrigam a morar uma temporada em Nova Iorque. Ficamos a conhecer mais sobre a arte de andar sob a corda bamba (funambulismo), algumas menções à Guerra Fria e aos métodos aplicados na altura para obter informações e como isso deu cabe da vida de muitos homens. O livro é escrito como um relato de um período de vida do narrador até ao dia em que a notícia sobre esta história saiu no jornal. Simplesmente fantástico! 


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As Três Vidas - João Tordo

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Os melhores géneros literários para iniciantes na escrita criativa

 

Escrever com fotografias, café e um computador ao lado

Os melhores géneros literários para quem quer começar a escrever são aqueles que oferecem mais liberdade criativa, com estruturas relativamente simples e que permitem experimentar sem grande pressão. Estas são algumas das minhas sugestões:

1. Conto

Os contos são histórias curtas que permitem focar num só evento, personagem ou conflito. Acabam por ser ideais para aprender a condensar ideias e desenvolver habilidades de narrativa sem o compromisso de escrever um livro inteiro. 

Dica: Comece com histórias até 1.000 palavras e foca em finais impactantes.

Inspiração: 

“A Aia e outros contos” - Eça de Queiroz 

“A Felicidade” - António Lobo Antunes; 

“Contos” - Virgílio Ferreira;

 “Contos” - Fernando Pessoa 

2. Crónica

A crónica permite transformar situações do dia-a-dia em histórias interessantes e reflexivas. É perfeita para se exercitar o olhar criativo e o uso da linguagem em situações reais. 

Dica: Observa momentos simples da tua própria rotina ou de outras pessoas e transforma-os em textos.

Inspiração:

“Crónica” - Fernando Pessoa

“As Minhas Memórias de Lisboa” - Ramalho Ortigão

“A Moeda ao Ar” - Miguel Esteves Cardoso

“Crónicas do Mal de Amor” - Clara Ferreira Alves 

“As Pequenas Memórias” - José Saramago

3. Novela 

Este formato é mais curto que um romance completo, mas acaba por oferecer espaço para criar personagens e enredos mais elaborados do que um conto.

Dica: Planeia a estrutura antes de começar e limita o número de personagens e cenários. 

4. Poesia

A poesia ajuda a explorar emoções, sons e ritmos, desenvolvendo um senso mais apurado de linguagem. Não há regras rígidas, o que permite experimentar com estilos e formas. 

Dica: Começa com poemas curtos e simples, explorando temas pessoais ou universais. 

5. Fábulas ou Contos Infantis

Este género de escrita são ideias para iniciantes porque têm enredos simples, mensagens claras e permitem explorar a imaginação sem se preocupar com diálogos ou descrições complexas.

Dica: Inspira-te em histórias que já conheces e cria as tuas com um toque original. 

6. Microcontos 

São histórias extremamente curtas (menos de 1.000 palavras) ajudam a praticar a concisão, a criatividade e a narrativa com um impacto imediato. 

Dica: Usa limites de palavras como desafio criativo. 

7. Diário Ficcional 

É uma forma descontraída de criar personagens e desenvolver a escrita na primeira pessoa. Como se fosse um diário pessoal, mas com toques de ficção. 

Dica: Escreve entradas diárias como se fosses o personagem. 

Inspiração:

“O Diário do Último Ano” - Virgílio Ferreira

“Querido Mundo” - Bana Alabed

“Adrian Mole - Os Anos da Adolescência” - Sue Townsend

8. Fantasia ou Ficção Científica (de curta duração)

Géneros como a fantasia e a ficção científica permitem criar mundos únicos e fugir da realidade, estimulando a criatividade. Em versões curtas, acabam por ser menos intimidadoras. 

Dica: Mantém o foco em apenas um elemento fantástico para não complicar demasiado. 

9. Fanfiction 

Escrever fanfiction é ótimo para quem está a começar porque permite usar universos e personagens já conhecidos, concentrando-se apenas na prática de escrever. 

Dica: Usa fanfictions curtas para explorares técnicas narrativas. 

10. Histórias Baseadas em Experiências Reais

Escrever sobre algo que conheces reduz a dificuldade de criar cenários e personagens, permitindo focar na construção da história. 

Dica: Dá um toque fictício aos eventos para tornar o texto mais interessante. 

Agora que já conheces os géneros que podes abordar sendo iniciante na escrita criativa, qual destes te parece mais interessante para explorar? 

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Joyce Carol Oates MasterClass

Livro aberto

Joyce Carol Oates, na sua MasterClass, que se intitula por “Teaches the Art of the Short Story”, fala como escrever uma pequena história. E para isso, são precisos personagens e mais que isso, é preciso acontecer
alguma coisa. Estas histórias normalmente têm entre um a dois personagens e os contos são normalmente lidos de uma só vez. A autora considera que os primeiros rascunhos têm que ser escritos o mais rápido possível. E só após esse processo, podemos então reescrever as vezes que forem precisas, ler várias vezes e descobrir o nosso próprio ritmo de escrita. No entanto, Joyce Carol Oates, refere a importância do nosso trabalho ser lido por outras pessoas, como uma comunidade de leitores, ou um workshop de redação, por exemplo. 

Joyce Carol Oates, dá vários conselhos ao longo da sua MasterClass, como:

- Se for rejeitado, reescreva!

- Tenha um diário, escreva antes de ir para a cama e escreva à mão. 

- Descreva lugares e as suas reações aos lugares.

- Escreva mesmo quando não tem tempo. Quando estiver acordado até mais tarde. Quando estiver muito cansado. Mesmo que esteja mal ou doente, escreva nem que seja por 6, 8 ou 12 minutos. 

- Se por acaso, se se lembrar do que sonhou, escreva. 

- Se for tirando notas de coisas que se lembre do seu passado, do presente, e se as acumular até umas 200 páginas, é capaz de já ter algo com que trabalhar. 

- Fazer listas de mobília que quero ter na minha obra, se se passa no século XIX tenho que fazer uma pequena pesquisa.

- O que não usar num livro posso usar noutro. 

- Por vezes, a escrita vem de áreas que são normalmente reprimidas, como o alcoolismo, a depressão, a violência doméstica. 

- Para ter novas ideias, podemos sempre entrevistar os nossos pais ou avós.

- Se vais escrever sobre uma história real, muda o nome da personagem, a descrição e o lugar. Não devemos usar a escrita para magoar ninguém. 

E se estiveres a iniciar-te na escrita, quanto mais curta a história melhor. Consegues um melhor ritmo dessa maneira. Tenta começar com algo banal do dia-a-dia. Descobre algo que não sabias até aí. E dá um final poderoso. 

Espero que tenhas gostado deste pequeno resumo e das notas que te trouxe desta MasterClass e espero ter ajudado mais um bocadinho o teu percurso na escrita. O meu certamente que ajudou. 

Deixo aqui também uma lista das obras que a autora Joyce Carol Oates foi fazendo referência ao longo da MasterClass, para ler e analisar.

“O Diário do Escritor” - Virginia Woolf

O ensaio “Moments of Being” de Virginia Woolf

“O Retrato de Dorian Gray” - Oscar Wilde

“The Yellow Wallpaper” de Charlotte Perkins Gilmore

“The Use of Force” de William Carlos Williams 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

“Fomos Mais do que Um Erro” de Raul Minh’alma

“Fomos Mais do que Um Erro” de Raul Minh’alma

Início da leitura:
20 de Dezembro de 2024

Fim da leitura: 3 de Janeiro de 2025

Rating: ★★★

 Posso dizer que foi o primeiro livro deste autor que não me fez chorar no final do livro. Não sei se porque já antecipava um final do género ou não. Ainda assim, esta história acaba por nos mostrar que os nossos progenitores ditam muitas vezes as nossas inseguranças e falhas quando somos já adultos. Muitas vezes cometemos sempre os mesmos erros, na esperança de um dia sermos aceites. Não pelos outros, mas pelos nossos pais. Adotamos um comportamento para lhes chamar a atenção, quando na verdade, muitas das vezes o que fazemos nada lhes diz. 

Benedita, uma menina que foi abandonada pelo pai quando era ainda uma criança, aceitava o amor que achava que merecia dos homens, mesmo que fosse um amor que machucava. Porque assim, ao menos, tinha alguém que dizia que a amava e tinha medo que a deixassem tal como o pai fizera com ela. Ainda assim, na sua relação com Gaspar acabou por se valorizar e seguir em frente. 

Já com Pedro, apesar de ter sido um amor muito forte, Pedro dizia muitas vezes que não era a pessoa certa para ela, por ser como era devido ao seu padrasto e à educação que tivera. O que Benedita acabou por aceitar eventualmente. Mesmo insistindo sempre, e o autor repetiu muitas vezes este tema (vezes demais a meu ver), que Benedita insistia em ver sempre o melhor nas pessoas, o lado bom delas. 

Após o acidente, Benedita seguiu em frente e encontrou alguém que a entende, respeita e dá-lhe o amor que ela precisa. Mas a pergunta fica no ar… O que teria acontecido se não houvesse nenhum acidente? Ainda assim, será que Pedro aprendeu tudo o que tinha para aprender com Benedita agora que acordou? Quero acreditar que sim. As pessoas que passam pelas nossas vidas muitas vezes não vêm para ficar, mas sim, para nos ensinar algo que ainda não aprendemos. Foi o caso de Benedita e Pedro. E por isso, quero acreditar que vem daí o título “Fomos Mais do que Um Erro”. 


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Desamor

vela a arder num fundo cor de rosa

Porque choras?

Ele não te aquece?

Insónias de amor…

Tenho dores no corpo e ele me esquece.

Divago pelas ruas nos braços que me abraçam.

Cristais dos meus olhos no seu colo, eles caem. 

Isto são apenas versos sem sentimento ou graça.

A minha caneta está gasta e palavras não as tenho. 

Assim amarrada perco todo o encanto.

O que sentes? Nada.

Causa? Desamor. 

Afinal o que sentes? Amor e nada.

Perdi-me nos seus olhos e o seu sorriso me engana.

Afinal, o que sentes? Não sinto nada.

E por nada o amo. 


sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Rotina de escrita de Haruki Murakami

 

Cadernos e computador numa sessão de escrita

Haruki Muramaki é conhecido por ser disciplinado e consistente na sua escrita, características que o autor considera necessárias para o seu processo criativo. A sua rotina combina hábitos rigorosos de escrita com atividade física e momentos de instrospecção. 

A rotina de escrita de Haruki Murakami consiste em:

Acordar cedo: costuma começar o dia por volta das 4 horas da manhã.

Escrita matinal: escreve entre 4 a 5 horas ininterruptamente, sempre no mesmo horário, de forma a manter a mente afiada e criar um ritmo.

Atividade física: após a escrita, o autor pratica corrida ou natação. Murakami é um maratonista dedicado e acredita que o exercício físico ajuda a manter a sua energia e clareza mental. 

Leitura e música: no restante do dia, Murakami dedica tempo à leitura e à audição de música, duas paixões que o inspiram e ajudam a refinar a sua escrita. 

Dormir cedo: Murakami vai para a cama por volta das 21 horas, de forma a garantir um sono reparador e a sustentar a sua rotina. 

Este autor compara a escrita de um romance a um trabalho físico exigente, afirmando que é necessário tanto esforço mental quanto resistência física. A repetição diária e a simplicidade da sua rotina ajudam-no a mergulhar no universo das suas histórias sem distrações. 

Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças

Quando falamos de thrillers eletrizantes que misturam história, arte, religião e ciência , o nome Dan Brown vem imediatamente à mente. O aut...