terça-feira, 29 de julho de 2025

Resenha do livro “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde

Capa do livro “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde

Início da leitura:
14 de Julho de 2025

Fim da leitura: 24 de Julho de 2025

Rating: ★★★★★

Sinopse do Livro:

Publicado pela primeira vez em 1890, O Retrato de Dorian Gray é a única obra de ficção longa de Oscar Wilde e tornou-se um marco incontornável da literatura gótica e filosófica. A história gira em torno de Dorian Gray, um jovem londrino de beleza estonteante que deseja permanecer eternamente jovem. O seu desejo é atendido de forma misteriosa: enquanto ele continua com o rosto imaculado, é o seu retrato — pintado por Basil Hallward — que envelhece e carrega as marcas dos seus pecados. 

À medida que Dorian se entrega a uma vida de hedonismo, manipulação e vícios, o retrato vai-se tornando cada vez mais grotesco, refletindo a verdadeira decadência da sua alma. No final, consumido pela culpa e pelo medo do que se tornou, Dorian decide destruir o retrato…e encontra a sua própria destruição. 

Opinião Pessoal:

Nunca tinha lido nada deste autor e não podia estar mais satisfeita. Um livro escrito de forma poética, inteligente e um assunto muito real. Dorian Gray é obcecado pela sua própria beleza. E consegue eternizá-la através do quadro que Basil fez de si. Mas, rapidamente o quadro começa a ser alterado à medida que Dorian Gray começa a pecar. Mulheres suicidam-se por se apaixonarem por ele. Amigos deles caem na ruína.

Mais tarde Dorian arrepende-se muito do que tinha feito e fica obcecado pelo retrato de si fechado no sótão de sua casa. Ao querer acabar com aquele retrato horrível do que ele acreditava ser a sua verdadeira alma, esfaqueia-o, e acaba por morrer.

O livro fala de forma muito subtil da homosexualidade e da admiração entre homens. E tenho que admitir: adorei, adorei, adorei ler este livro! 

 A leitura de O Retrato de Dorian Gray foi uma surpresa extraordinária. A escrita de Oscar Wilde é absolutamente brilhante — poética, elegante, e, ao mesmo tempo, profundamente crítica. Wilde consegue explorar temas eternos como a vaidade, o medo da morte, a decadência moral e o fascínio pelo belo, tudo envolto num enredo sombrio, quase mitológico. A obsessão de Dorian pela juventude e o desprezo pelas consequências dos seus atos tornam-no numa figura trágica, quase intemporal. 

A Crítica ao Hedonismo e à Estética Superficial

Ao longo do livro, Wilde faz uma crítica mordaz à sociedade vitoriana e ao culto da beleza. A personagem de Lord Henry, que influencia Dorian com ideias niilistas e hedonistas, representa uma filosofia perigosa de viver apenas pelo prazer, sem empatia nem responsabilidade. Dorian é, ao mesmo tempo, vítima e símbolo dessa filosofia. 

O quadro envelhecido e deformado funciona como um espelho da alma — uma metáfora poderosa da dualidade entre aparência e essência. Ao tentar esconder o retrato, Dorian tenta esconder-se de si próprio. 

A Homossexualidade no Subtexto e Romance

É impossível ignorar o subtexto homoerótico presente no romance. A relação entre Basil e Dorian, marcada por uma admiração quase devocional, e os diálogos entre Dorian e Lord Henry, carregados de fascínio e sedução intelectual, revelam muito sobre a visão de Wilde — e sobre o que não se podia ser dito explicitamente na época.

Num tempo em que a homossexualidade era crime e tabu, Wilde escreve com subtileza, mas também com coragem. O Retrato de Dorian Gray é, em muitos sentidos, uma obra à frente do seu tempo, ousando sugerir que o amor e o desejo entre homens existem — e têm direito de existir — mesmo que camuflados pela censura moral da época. 

Uma Leitura que Continua Atual

Apesar de ter sido escrito em 1890, este livro continua atual. A obsessão com a juventude e a aparência física está mais vida do que nunca na era das redes sociais. A mensagem de Wilde, disfarçada de romance gótico, é um alerta profundo sobre as consequências de viver apenas para agradar aos sentidos e ignorar a consciência. 

Conclusão 

Se nunca leste O Retrato de Dorian Gray, recomendo vivamente que o faças. É um clássico por uma razão: é belo, é perturbador, e é genial. Oscar Wilde mostra-nos que, por detrás uma prosa elegante, podem esconder-se críticas ferozes à sociedade, à moralidade imposta e à repressão do desejo.

Segue o blog Caneta da Fénix para mais sugestões de leitura e reflexões literárias. 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Rotina de escrita de James Patterson

James Patterson

 A rotina de escrita de James Patterson é conhecida por ser extremamente disciplinada, simples e prática — o foco dele é escrever com eficiência, não romantizar o processo. Eis os pontos principais da rotina dele:

Como é a rotina de James Patterson:

  • Horário de Escrita: escreve todas as manhãs, geralmente começando cedo, por volta das 5h30 ou 6h da manhã.
  • Escreve à mão: usa blocos grandes de papel em vez de computador. Gosta da sensação física da escrita.
  • Curta duração: não passa o dia inteiro a escrever; normalmente escreve algumas horas pela manhã e depois faz outras atividades durante o dia. 
  • Objetivo diário: preocupa-se mais com número de páginas do que com horas. Muitas vezes escreve 10 páginas por dia durante a fase de rascunho.
  • Planeamento antes de tudo: faz um outline extremamente detalhado antes de começar a escrever o livro. Os outlines chegam a ter 50-80 páginas, com cada capítulo já descrito.
  • Revisões frequentes: Patterson é obsessivo com revisão. Reescreve várias vezes até ficar satisfeito. 
  • Trabalho em equipa: muitas obras são coescritas. Ele cria o esqueleto da história e coautores desenvolvem cenas, depois Patterson revê tudo.

Filosofia:

  • Foco em histórias rápidas, envolventes, com capítulos curtos para manter o ritmo. 
  • Trabalha com a ideia de “escrever para o leitor comum”, evitando complicações desnecessárias.
E tu? Já sabias isto sobre James Patterson? Como é a tua rotina de escrita?

Sabe mais sobre o autor aqui:

terça-feira, 22 de julho de 2025

James Patterson MasterClass

James Patterson MasterClass
 James Patterson é um dos autores mais bem-sucedidos do mundo, mestre do suspense, do policial e da ficção para jovens adultos. Com uma escrita ágil e viciante, já bateu recordes no New York Times com dezenas de livros no Top 1. 

Patterson começou a escrever enquanto trabalhava em publicidade, mas foi com o thriller “Along Came a Spider” (O Colecionador) que explodiu nas livrarias. Com mais de 400 milhões de livros vendidos, Patterson é conhecido por histórias rápidas, capítulos curtos e personagens inesquecíveis. 

Livros Famosos de James Patterson

  • Série Alex Cross: Um dos detetives mais icónicos da literatura policial. Livros como O Colecionador e Jack & Jill são leitura obrigatória.
  • Women’s Murder Club: Mistério e crime sob a perspectiva de quatro mulheres poderosas. Começa por 1st to Die (1.ª a Morrer)
  • Maximum Ride: Ficção jovem adulta com ação, aventura e ficção científica — perfeito para quem gosta de fantasia moderna.
  • Private: Uma agência de investigação privada que viaja pelo mundo a resolver casos de alto risco.
  • Standalone Bestsellers: Patterson também escreveu sucessos independentes como The Beach House e Suzanne’s Diary for Nicholas.

Conselhos de Escrita de James Patterson

Se queres escrever como James Patterson, segue estes conselhos do próprio autor: 

“Escreve como se estivesses sempre a contar uma boa história” — evita floreados desnecessários, o mais importante é manter o leitor agarrado.

“Capítulos Curtos = Leitura Viciante” — capítulos de 2-3 páginas criam ritmo e fazem o leitor dizer sempre “só mais um capítulo”.

“Não compliques” — Patterson foca-se na clareza da escrita. O objetivo é que qualquer pessoa consiga seguir a história.

“Planeia antes de escrever” — o autor é conhecido por planear todos os capítulos antes de começar a escrever, o que evita bloqueios criativos.

“Escrever é trabalho, não inspiração” — Patterson escreve todos os dias, de forma disciplinada, mesmo quando não tem “inspiração”.

Conclusão 

James Patterson é a prova de que escrever histórias simples, mas bem contadas, conquista milhões de leitores. Se queres melhorar a tua escrita ou apenas devorar livros de leitura rápida, este autor é uma aposta segura!

E tu? Já leste algum livro de James Patterson? Eu confesso que ainda não li nada deste autor. Mas fiquei sem dúvida muito curiosa para ler. Não ficaste?

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Resenha do Livro “Hábitos Atómicos: Pequenas Mudanças, Resultados Extraordinários”

capa do livro Hábitos Atómicos de James Clear

Início da leitura:
06 de Julho de 2025

Fim da leitura: 14 de Julho de 2025

Rating: ★★★★★

Sobre o Livro

O Hábitos Atómicos de James Clear é um dos livros mais recomendados no mundo do desenvolvimento pessoal — e com razão! Neste best-seller internacional, o autor revela como pequenas alterações diárias podem produzir resultados extraordinários a longo prazo. Através de métodos simples e práticos, James Clear ensina como criar bons hábitos, eliminar os maus e transformar a tua vida de forma sustentável. 

O que aprendes com este livro?

  • Como construir hábitos positivos com o método dos 4 passos;
  • Estratégias para manter a motivação a longo prazo;
  • A importância do efeito cumulativo das pequenas ações;
  • Como usar o ambiente a teu favor para tornar os hábitos automáticos;
  • Ferramentas práticas para superar a procrastinação e melhorar a produtividade.

Pontos Positivos

  • Linguagem simples e objetiva;
  • Exemplos reais e aplicáveis no dia a dia;
  • Ótimo para quem quer melhorar a produtividade pessoal e profissional;
  • Excelente recurso para criar rotinas saudáveis e eficazes.

A minha opinião:

Este livro de fácil leitura apresenta 4 leis para se conseguir criar pequenas rotinas diárias que nos ajudarão a ser 1% melhor ao longo do tempo. São elas: 1a Lei: Torne-o Claro; 2a Lei: Torne-o Atraente;
3a Lei: Torne-o Fácil e 4a Lei: Torne-o Satisfatório. 
Por exemplo, na 1a Lei: Torne-o Claro, podemos criar pistas visuais e ambientais para nos lembrarmos do hábito, como por exemplo, deixar um livro na mesa de cabeceira para ler antes de ir dormir. 
Na 2a Lei: Torna-o Atraente, podemos associar o hábito a algo que gostes, para o tornar mais apelativo, por exemplo, ouvir a tua música favorita enquanto fazes exercício. 
Na 3a Lei: Torna-o Fácil, focamo-nos em começar com pequenas passos, reduzindo a resistência. Fazer 5 minutos de treino em vez de 30 para criar consistência. 
Na 4a Lei: Torna-o Satisfatório, dá uma recompensa imediata após concluires o hábito para reforçar o comportamento. Por exemplo, riscar a tarefa de uma lista, sentir o progresso. 
Assim como estas quatro leis podem ajudar-te a criar hábitos positivos, também podem funcionar ao contrário para eliminar maus hábitos, tornando-os invisíveis, pouco atrativos, difíceis e insatisfatórios. 

E tu? Já leste este livro? O que achaste? Conta-me tudo nos comentários!

terça-feira, 15 de julho de 2025

Energia no Prato

Receita de uma salada fria

 Olá queridos leitores! Quem me conhece sabe que gosto de experimentar receitas e quantos mais legumes e quantas mais coisas variadas tiver sem ser carne ou peixe melhor 😅

Por isso, hoje e num futuro próximo irei partilhar convosco algumas das receitas que faço. Está chama-se “Energia no Prato”. Irei dar-te a lista de ingredientes e o modo de preparação. Depois fazes a teu gosto. Vou também por no final deste post o valor que gastei e para quantas refeições dá esta receita.

Ingredientes:

100g de rúcula

250g colheres de sopa de quinoa

2 ovos cozidos cortados aos cubos

1 beterraba cozida

1 cenoura

1pepino

1 frasco de feijão frade

1 abacate

1 pimento vermelho

1 queijo fresco magro

Cajus q.b.

1 colher de sopa de farinha de linhaça 

Molho de iogurte q.b. 

Modo de Preparação:

Primeiro coze-se a quinoa, os ovos e a cenoura. Quem gostar dela crua, só precisa ralar. Eu como não gosto, cozi. Enquanto isso coze, corta aos cubos, o pepino, o pimento vermelho, o abacate, a beterraba (armazena dentro do líquido que vem na embalagem, se não fores comer logo). Após cozidos, corta os ovos aos cubos. 

Deixa a quinoa arrefecer e vai fazer outra coisa qualquer. Quando for hora de comer, podes fazer como eu, pus um punhado de rúcula no prato, duas colheres de sopa de quinoa fria, duas colheres de sopa de feijão-frade, duas colheres de sopa de beterraba, uma colher de sopa de pimento vermelho, uma colher de sopa de abacate, duas colheres de sopa de ovo cozido, uma colher de sopa de cenoura cozida, duas colheres de sopa de pepino, um queijo fresco magro, cajus cortados a gosto, uma colher de sopa de farinha de linhaça e molho de iogurte a gosto. 



Ficou pronto! 😋

Esta refeição é simples, é fresca e eu fiquei super saciada. Sobrou bastante até. Pelas minhas contas para uma única pessoa este comer nestas quantidades dá perfeitamente para umas 4 ou mais refeições. E acho que ainda irá sobrar quinoa… 

Agora vamos aos valores 👀

Rúcula selva 100g PD - 0,99€

Quinoa grão PD (500g) - 2,69€

Caju torrado 150g - 3,79€

Beterraba cozida 500g Huercasa - 1,39€

Abacate Hass - 1,12€

Pimento vermelho - 0,81€

Queijo fresco light PD - 2,74€

Feijão frade PD 400g - 0,89€

Molho iogurte PD 245ml - 1,39€

Farinha de linhaça 150g PD - 1,35€

Pepino doce PD - 1,19€

Ovos de solo classe M (6 unidades) PD - 1,79€

Cenoura 2kg PD - 1,99€

No total gastarias 20,74* e agora estás a pensar, mas Marta isso é muito para uma refeição… sim verdade, mas não é só uma refeição… e na imagem a baixo vais ver que a quantidade que fica e depois de tirares para o teu prato tal como escrevi, vai sobrar tanto que vais puder fazer várias refeições da mesma coisa, ou variar com outros ingredientes, ou mesmo aproveitar estes para outras refeições. Não acreditas? Experimenta por ti! Fico à espera do teu feedback 😉

*Este valor pode mudar dependendo da marca, alteração de preços no futuro, peso dos ingredientes que escolhes e por aí vai.





sexta-feira, 11 de julho de 2025

Resenha do livro “Os Filhos da Droga” de Christiane F.

Capa do livro “Os Filhos da Droga” de Christiane F.
Início da leitura: 03 de Junho de 2025

Fim da leitura: 06 de Julho de 2025

Rating: ★★★★.5

Sinopse do Livro:

Este testemunho impressionante tem tido um impacto imenso por todo o mundo desde que foi publicado pela primeira vez. O relato desta adolescente sensível e inteligente, que menos de dois anos após ter fumado o primeiro “charro” se prostitui depois das aulas para pagar a sua dose diária de heroína, e o pungente testemunho da sua mãe fazem Os Filhos da Droga um livro sem paralelo. Estas páginas ensinam-nos muito, não apenas sobre droga e o desespero, mas também sobre a deterioração do mundo de hoje. 

Opinião Crítica:

O livro Os Filhos da Droga é um relato brutal, cru e profundamente comovente sobre a adolescência mergulhada na toxicodependência e na marginalidade. Foi publicado pela primeira vez em 1978 e resulta de uma longa entrevista com, uma jovem alemã que, aos 13/14 anos, começou a consumir heroína e se prostituía para sustentar o vício.

Este não é um romance com floreios ou finais felizes. A linguagem é direta, muitas vezes dura, e expõe sem filtros a realidade do vício — não só a degradação física, mas também emocional e social. É um testemunho que incomoda e obriga-nos a confrontar verdades desconfortáveis sobre a juventude e abandono familiar, a falência dos sistemas sociais e a facilidade com que se entra num ciclo de destruição. 

O valor literário do livro reside menos na sua escrita e mais na força do conteúdo: é real, urgente e necessário. Ao mesmo tempo, não podemos ignorar que o livro levanta questões éticas — a espetacularização da dor, a romantização involuntária do submundo e a forma como o testemunho de Christiane foi explorado pelos media. 

Ainda assim, é um livro incontornável para quem procura compreender o impacto das drogas na adolescência, não apenas como fenómeno individual, mas como reflexo de uma sociedade que falha sistematicamente os seus jovens. 

Interpretação do Livro: (SPOILER)

Christiane ao início apenas se quer sentir incluída no mundo onde está. Começa por experimentar drogas como haxixe, mas rapidamente escala para a heroína e fica dependente dela. Aí começa a roleta russa de mentiras, manipulações, sexo e dinheiro para comprar a bem dita droga. Tudo passa a girar em volta da H (heroína). Tenta ainda assim várias vezes livrar-se do vício mas sempre sem sucesso. 

Os hospitais e casas próprias para tratamento também não querem ajudar, mas vez que Christiane apenas tem 14/15 anos. Vários são os amigos de Christiane que morrem do vício da heroína da mesma idade que ela. A mãe de Christiane desesperada acaba por a pôr num avião para casa da família na outra parte da Alemanha onde ela acaba por ficar e se livrar da heroína. Ou pelo menos assim pareceu… 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Análise do filme “Call Me By Your Name” - Um Romance Que Queima Devagar

 

Capa do filme Call Me By Your Name

No outro dia estive à procura de filmes para ver na Netflix e deparei-me com este filme. Só pela capa já me chamou a atenção e carreguei no play. Este tipo de filmes emociona-me bastante. Fez-me recordar a minha adolescência e a maneira como vivemos as nossas relações tão intensamente e à flor da pele. 

Este é definitivamente um filme que explora o amor, o desejo e o amadurecimento com uma sensibilidade arrebatadora, “Call Me By Your Name” é sem dúvida uma experiência cinematográfica imperdível. Realizado por Luca Guadagnino, este filme de 2017 tornou-se um marco do cinema independente, destacando-se pela sua estética sublime e pela representação delicada de um romance LGBTQIA+.

Resumo do Filme “Call Me By Your Name”

Baseado no romance homónimo de André Aciman, o filme transporta-nos para o verão de 1983 no interior idílico do norte de Itália. Elio Perlman, um jovem de 17 anos interpretado por Timithée Chalamet, passa as férias com a família numa casa de campo repleta de arte, música e livros. 

Tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um estudante universitário americano, chega para colaborar com pai de Elio, um conceituado professor. O que começa como uma tensão subtil evolui para um envolvimento intenso, onde o desejo, a descoberta da sexualidade e as dores do primeiro amor se entrelaçam de forma poética. 

Pontos Fortes do Filme

Fotografia Deslumbrante - As paisagens italianas, o jogo de luz e sombra, e os detalhes sensoriais criam uma atmosfera nostálgica e quase etérea. 

Interpretação Brilhante - Achei que Timothée Chalamet ofereceu uma das performances mais marcantes da sua carreira, transmitindo com autenticidade e vulnerabilidade de Elio.

Banda Sonora Memorável - Com destaque para as músicas de Sufjan Steven’s, a banda sonora é um complemento emocional perfeito à narrativa.

Representação LGBTQIA+ Sensível e Respeitosa - Ao invés de recorrer a cliches ou dramatizações exageradas, o filme foca-se na universalidade do amor e no processo da auto-descoberta. 

Opinião Pessoal: Um Filme Que Fica na Alma

Assistir a Call Me By Your Name é mais do que acompanhar uma história de amor; é sentir cada olhar, cada silêncio carregado de significado, cada paisagem reflete o turbilhão interno das personagens. 

É um filme sobre o efémero - aquele verão que passa, mas que marca para sempre. E é impossível não nos vermos, de alguma forma, naquele Elio, que descobre o mundo e o amor ao mesmo tempo. 

Afinal quantos de nós já viveu um amor de verão? Já assististe algum filme que te deixou sem palavras? Apenas com emoções? 

Para mim este filme teve muitos momentos marcantes que levarei comigo muito tempo. São eles a conversa de Elio com o pai e a cena final do filme com a música de Surjan Steven’s - Visions of Gideon, foi simplesmente perfeito!

sexta-feira, 4 de julho de 2025

A Rotina de Escrita de Cormac McCarthy: O Que Podemos Aprender com o Mestre da Narrativa Minimalista

 

Foto do autor Cormac McCarthy

Cormac McCarthy é conhecido pelos seus romances intensos, diálogos crus e estilo minimalista. Autor de obras como A Estrada e Meridiano de Sangue, McCarthy deixou uma marca profunda na literatura mundial. Mas como era, afinal, a rotina de escrita deste gigante literário?

Hoje, no Caneta da Fénix, revelamos hábitos e lições que qualquer aspirante a escritor pode aplicar no seu próprio processo criativo.

Quem foi Cormac McCarthy?

Cormac McCarthy (1933-2023) foi um dos escritores mais respeitados da literatura contemporânea. Ganhou o Prémio Pulitzer e o National Book Award, com romances que exploram os limites da condição humana, muitas vezes em cenário áridos e pós-apocalípticos. 

Mas McCarthy não era um autor de entrevistas e eventos literários. Preferia o anonimato, o silêncio…e a disciplina. 

A Rotina de Escrita da Cormac McCarthy 

1. Simplicidade Radical

McCarthy era conhecido por viver com muito pouco. Durante anos, escreveu em quartos alugados ou motéis baratos, afastado do mundo. Segundo ele, “quanto menos coisas tiveres, menos distrações tens”. 

2. Escrever Todos os Dias — Sem Exceções 

Embora evitasse horários rígidos, McCarthy dedicava várias horas por dia à escrita, isolado, com foco total. Acreditava que a constância era mais importante do que a inspiração súbita. 

3. Desapego ao Fracasso

McCarthy demorou anos até ser reconhecido. Vivia com pouco dinheiro, mas continuava a escrever. Acreditava que o fracasso faz parte do percurso e que os verdadeiros escritores não escrevem para aplausos, mas por necessidade interior. 

4. Reescrever é Essencial 

Embora o seu estilo pareça simples, McCarthy era obsessivo na revisão. Cortava excessos, reescrevia diálogos, polia cada frase ao essencial. 

O Que Podemos Aprender com Cormac McCarthy

✔Menos distrações, mais escrita

✔Disciplina diária, mesmo sem inspiração 

✔Aceitar o fracasso como parte do caminho

✔Reescrever é onde a verdadeira escrita acontece

Cormac McCarthy provou que escrever não precisa de glamour, apenas de disciplina e paixão. E tu, já começaste a tua rotina de escrita? Partilha nos comentários ou junta-te à comunidade Caneta da Fénix para dicas, inspiração e ferramentas práticas. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

5 Mitos Sobre Ser Escritor Que Precisam Acabar

Um caderno com um café e uma caneta

 Ser escritor não é um dom reservado a poucos — e está na hora de desfazer os maiores mitos que te impedem de começar.
Se sonhas em escrever um livro, partilhar as tuas histórias ou transformar a tua paixão pela escrita num projeto real, este artigo é para ti. 

Porque é que ainda acreditas nestes mitos?

A escrita é uma das formas mais poderosas de expressão, mas muitos futuros autores desistem antes de começar. A razão? Ideias erradas que circulam há décadas. Hoje, no Caneta da Fénix, vamos expor os 5 maiores mitos sobre ser escritor e mostrar-te a verdade. 

Mito 1: “Ou nasceste com talento ou nem vale a pena tentar”

Verdade: A escrita é uma habilidade que se desenvolve. Ninguém nasce a dominar personagens, enredos e diálogos. Com prática, leitura e técnicas certas, qualquer pessoa pode evoluir. 

Mito 2: “Só quem tem contactos consegue publicar um livro”

Verdade: Hoje existem várias formas de publicação, desde editoras tradicionais a plataformas de auto publicação. O que realmente conta é a qualidade e o empenho do projeto. 

Mito 3: “Escritores não ganham dinheiro”

Verdade: Embora não seja fácil, é possível monetizar a escrita com livros, artigos, cursos, conteúdos digitais e outros produtos criativos. A chave está em diversificar. 

Mito 4: “Escrever é um dom solitário e sofrido”

Verdade: Escrever pode ser prazeroso, partilhado e até colaborativo. Existem comunidades, workshops e redes de apoio que tornam o caminho mais leve. 

Mito 5: “Só és escritor se publicares um bestseller”

Verdade: Se escreves, és escritor. O sucesso não se mede apenas por vendas, mas pelo impacto das tuas palavras, pelo crescimento pessoal e pela partilha da tua visão. 

Ser escritor é uma escolha, não uma lotaria genética. Acredita no processo, desmonta os mitos e deixa que as tuas palavras ganhem vida.

E tu, qual destes mitos já acreditaste? Conta-me nos comentários!

Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças

Quando falamos de thrillers eletrizantes que misturam história, arte, religião e ciência , o nome Dan Brown vem imediatamente à mente. O aut...