sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Rotina de escrita: Stephen King

Pessoa a ler com um cafe na mão

 Stephen King é conhecido pela sua produtividade impressionante e disciplina. King segue uma rotina consistente que combina trabalho duro com uma abordagem prática. Estes são os principais elementos da sua rotina de escrita:

1. Escrita Diária

- Meta de palavras: King escreve cerca de 2.000 palavras por dia, o que equivale mais ou menos a cerca de 10 páginas.

- Horário fixo: o autor normalmente começa a escrever todas as manhãs por volta das 8h e trabalha até terminar a sua meta diária, o que pode levar cerca de 3 a 5 horas. 

2. Ambiente

Stephen King dá muita importância a um local de trabalho tranquilo e sem distrações. Este autor prefere um espaço com uma porta fechada para o ajudar a concentrar. 

3. Consistência 

O autor Stephen King escreve sete dias por semana, incluindo feriados, porque acredita que a consistência é essencial para manter o fluxo criativo.

4. Reescrita e Revisão 

Após terminar o primeiro rascunho, King recomenda deixar o texto de lado por pelo menos seis semanas antes de revisá-lo. Isso permite que o autor veja a obra com “novos olhos”. 

5. Leitura

Stephen King lê todos os dias, considerando a leitura uma parte essencial do desenvolvimento como escritor. Ele lê de tudo. Desde livros de ficção, não ficção e até géneros que não são do seu interesse imediato. 

6. Prioridade para a Criatividade

Durante o período de escrita, King evita distrações, como redes sociais ou telefonemas. Ele considera esse tempo sagrado. 

Filosofia de Escrita

No seu livro Sobre a Escrita: A Arte em Memórias (On Writing: A Memoir of the Craft), King compara a escrita a escavar fósseis: o trabalho do escritor é “descobrir” a história, em vez de criá-la do nada. 

O autor acredita também no poder da simplicidade. King sugere evitar adjetivos e advérbios desnecessários e manter uma narrativa clara e direta. 

Esta rotina reflete a importância de criar hábitos sólidos, consistência e foco para escritores que desejam alcançar produtividade e qualidade nas suas obras. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Stephen King writing advice

 

“First write for yourself, and then worry about the audience.”

“Don’t use passive voice.”

“Avoid adverbs.”

“Avoid adverbs, especially after “he said” and “she said”.”

“…But don’t obsess over perfect grammar.”

“The magic is in you.”

“You have three months.”

“Write one word at a time.”

“Stick to your own style.”

“The research shouldn’t overshadow the story.”

“You become a writer simply by reading and writing.”


sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O que aprendi com a MasterClass de Neil Gaiman

Livro aberto

 Neil Gaiman é um dos autores mais populares da atualidade. E após assistir a MasterClass do autor, isto é o que tenho para partilhar convosco. 

Nós usamos histórias desde o início da humanidade para aprendermos. Na ficção transmitimos a verdade com histórias, que são fundamentalmente a contradição mais gloriosamente gigante que podes imaginar. O que estamos a dizer é que usamos mentiras. Estamos a levar pessoas que não existem, e coisas que não aconteceram a essas pessoas para lugares que não existem, e estamos a usar essas coisas para comunicar coisas verdadeiras às crianças. 

Neil Gaiman aconselha todo o escritor a ter uma pilha de textos, músicas, livros, pessoas que conhecemos aponte num caderno ou formato digital, como fonte de inspiração. Uma vez que as nossas influências são todo o tipo de coisas. As ideias obtêm-se juntando duas coisas. Juntando algo que nunca foi visto até hoje. Como o exemplo que o autor dá, “e se um lobisomem mordesse uma cadeira e essa cadeira matasse alguém?”.

Para encontrarmos a nossa própria voz teremos que começar por imitar os autores que gostamos e conhecemos e escrevermos até encontrarmos a nossa própria voz. Depois de escreveres 10.000 palavras, 30.000 palavras, 60.000 palavras, 150.000 palavras, um milhão de palavras, terás a tua própria voz. A tua voz é aquilo que não consegues deixar de fazer. A tua voz estará presente quer estejas a escrever uma fantasia ou uma ópera espacial. 

Mas o que é uma história? “A história é algo fictício que faz com que vires as páginas e que não te sintas enganado no final.” Para desenvolver a história temos que perguntar “E agora, o que vai acontecer?” A primeira coisa que tens que fazer, é importar-te com os teus personagens, se não te importares, ninguém se irá importar. 

Assim que tens uma ideia, escreve tudo aquilo que sabes. Podem ser rabiscos, palavras circuladas, qualquer coisa. Continua a escrever pensando onde queres chegar e não pares. 

Quando começamos a escrever não pensamos que vamos escrever aquele livro. Pensamos sim, na história que irá dar origem a esse livro. Tens que permitir que o conflito aconteça. E tens que saber o que querem os teus personagens. Muitas vezes é isso que faz desenrolar a história.  E apenas um deles pode ter o que quer. E lembra-te que as personagens para o bem e para o mal, sempre conseguem o que precisam. E não o que querem.

O que os personagens querem e o que os personagens precisam sempre impulsionaram cada história e sempre determinam como cada personagem irá se comportar, o que vai acontecer e como eles interagem com outros personagens. 

Ao descobrires como soam as personagens, como falam, irás descobrir o seu carácter através do diálogo. Precisas de saber como a pessoa que está a falar, se parece. Tens que a visualizar. Precisas conhecer bem os teus personagens para saber se fariam tal coisa. 

Quando tens muitos personagens na tua história, precisas de lhes dar algo que o torne diferente de todos os outros. Ao escreveres características visuais e verbais estás a ajudar o leitor a distinguir as personagens. 

Ao criares um mundo, precisas de olhar o mundo lá fora, pensa nos lugares onde já estiveste. Fá-los maiores. Fá-los menores. Como seria uma escola que cobrisse uma cidade inteira? Como seria se fosse uma ilha? E se estivesse a flutuar no ar? Como chegarias lá?

Permite que os teus personagens descobram as regras do mundo onde estão. As pessoas descobrem as coisas ao errarem. Descobre-se que o fogo queima pondo a mão nele. 

Descreve o que precisa ser descrito. Explica o que precisa ser explicado. Para a descrição, o autor tenta montar uma cena para as pessoas. Vai descrever uma pessoa. Um portão. Um túmulo. Mas o que o autor vai fazer é assumir que o leitor sabe como é que se parece uma árvore, uma casa, uma porta. E não precisa ser uma coisa muito grande para ser distinguível de outra igual a ela. Basta dizer que a árvore parece uma mão apertada tentando agarrar as nuvens. E, de repente, sabes que aquela árvore é diferente. Isto evoca uma emoção. 

Ao apelar aos cinco sentidos estamos a fazer com que o leitor sinta as coisas que lê muito mais vivamente. No entanto, o cheiro é sobrevalorizado na escrita. Já o toque, um dos mais usados, cria uma emoção. Se o autor disser que o personagem tocou em algo húmido e quente, este é o toque dos pesadelos. Ou assim, o conhecemos. 

Como lidar com o bloqueio de escritor?

Pensasse que o bloqueio de escritor é algo pelo qual nada podes fazer, o que é mentira. Na verdade, apenas ficaste bloqueado numa cena qualquer da história. Para lidar com isso há duas regras:

1. Comece a um passo de distância, ou seja, não fiques a olhar para a página em branco, vai fazer outra coisa qualquer.

2. Volte fingindo que nunca o leu antes, ou seja, começa do zero e lê a história por completo. 

Uma vez que fazemos isso, a história irá tornar-se óbvia. O problema está sempre antes, nas linhas anteriores às que paraste. 

O processo de escrita está dividido em dois. É primeiro um processo de criação e depois um processo de edição e correção. Após escrever uma história, Neil Gaiman, afasta-se do rascunho durante uma semana a 10 dias e imprime. Ao voltar, finge que nunca o leu antes e que nada sabe sobre o que está a ler. E faz anotações. Anotações sobre o que não faz sentido para ele enquanto leitor. 

A diferença entre o primeiro rascunho e o segundo rascunho geralmente pode ser pequena. Mas é o rascunho mais importante. É onde irás reforçar sobre o que é a história e eliminar os lugares onde estás a escrever coisas que não  são o assunto da história. E isso irá definir o que fica e o que sai. O processo de escrever o segundo rascunho, é fazer parecer que sabias o que estavas a fazer o tempo todo. 

Quando as pessoas dizem que algo não funciona na tua história. É verdade. Acredita nelas. Essa informação é importantíssima. Mas quando te dizem, que algo está errado e te dizem como corrigir, geralmente estão errados. Quando algo não resulta, normalmente o problema está antes no texto. E por vezes, é algo que precisa desaparecer. Ás vezes é algo que precisa ser escrito para configurar algo. Mas recebe essa informação como algo que não funciona para o leitor e apenas isso. Se começares a corrigir para este ou aquele leitor, estarás a escrever a história deles e não a tua. 

Regras para escritores:

1. Tens que escrever. Se não escreveres nada acontecerá.

2. Tens que terminar o que escreves. 

3. Depois de terminares, tens que enviá-la ao mundo para alguém que possa publicá-la. 

4. Quando voltar, que provavelmente irá voltar, tens que a enviar novamente. Continua até a conseguires publicar. 

5. Começa a escrever a próxima história. Continua. 

Se perguntares a Neil Gaiman o que deves fazer para seres um escritor, a resposta será esta: “deves escrever” e “deves terminar as coisas” e se não tens nada para dizer “vai lá para fora, para o mundo”. Ler é fantástico. Lê tudo o que puderes. Escreve tudo o que puderes. Mas viva muito, porque tudo o que acontece na vida vai acabar na ficção. Vais precisar de todos os seres humanos que já conheceste. Vais precisar de tudo aquilo que vês, porque um dia vais escrever uma história. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Como conciliar a maternidade com a escrita criativa

Mulher com um sinal na mão a dizer HELP

Tentar conciliar a maternidade com um trabalho a tempo inteiro e o desejo de escrever é um grande desafio, especialmente porque ambos exigem muita energia e dedicação. Estes são alguns dos desafios mais comuns que uma mãe escritora pode enfrentar:

1. Falta de Tempo:

Entre as responsabilidades de mãe, as horas de trabalho e as tarefas domésticas, encontrar tempo para escrever pode ser complicado. Até mesmo tirar alguns minutos para escrever, revisar ou planear pode parecer impossível.

2. Fadiga Mental e Física:

Com a maternidade, o desgaste físico e mental aumenta, e, com um trabalho a tempo inteiro, essa carga é multiplicada. Escrever exige concentração e criatividade, o que pode ser difícil de alcançar quando já se está exausta. 

3. Culpa Materna:

Muitas mães sentem-se culpadas ao reservar tempo para si mesmas, especialmente para atividades que não são consideradas “necessidades”. A ideia de dedicar um tempo para escrever, em vez de estar com a família, pode gerar um sentimento de culpa. 

4. Interrupções Constantes:

O ambiente de casa pode ser repleto de interrupções, e mesmo que o trabalho permita flexibilidade, uma mãe raramente consegue períodos longos sem ser interrompida, o que pode afetar o fluxo criativo.

5. Planeamento e Disciplina:

Manter uma rotina de escrita enquanto se cuida de um filho e trabalha a tempo integral exige um alto nível de planeamento e disciplina. Isso envolve aproveitar momentos livres, como quando a criança está a dormir ou os horários após o trabalho, o que exige uma organização meticulosa. 

6. Falta de Espaço de Trabalho Adequado:

Ter um local tranquilo para escrever pode ser complicado quando o ambiente de casa está sempre movimentado. Às vezes, é preciso improvisar, o que pode dificultar a produtividade. 

7. Impacto no Bem-Estar Emocional:

A pressão para equilibrar todas essas responsabilidades pode levar ao esgotamento emocional e afetar a saúde mental. Para uma mãe que também deseja escrever, pode ser difícil equilibrar esses desafios com autocuidado. 

Sugestões para combater esses desafios:

- Reservar pequenos blocos de tempo diários para escrever, sem pressão.

- Aproveitar a ajuda de familiares ou amigos quando disponível.

- Estabelecer metas de escrita realistas e mensuráveis, evitando sobrecarga. 

- Praticar autocuidado para manter a energia e a criatividade em alta. 

Conseguir escrever enquanto se administra tantas responsabilidades pode parecer uma missão impossível, mas, aos poucos, pequenas ações podem tornar esse objetivo mais possível e satisfatório. 

terça-feira, 19 de novembro de 2024

De volta ao trabalho com uma bebé de 6 meses

Bebé com óculos a dormir em cima de uma almofada

 Ninguém disse que ia ser fácil, certo? Pois é… Agora que voltei à rotina do trabalho de antigamente, acabo por me espantar como mantive o ritmo até ao sétimo mês de gravidez. Os pesos, os horários, as correrias e as pressões. No entanto, aguentei o que consegui, e agora que estou BEM MAIS LEVE, já não custa tanto. 

Agora o meu único problema é o sono. Com a bebé M a acordar 3 a 4 vezes todas as noites, acabo por adormecer com ela na mama. E quando acordo, vejo-a a dormir tranquilamente no meu colo. Quase que é um pecado pô-la na caminha dela, mas tem mesmo que ser. E porquê? Porque EU preciso de dormir também. E não se preocupem com a menina cair, porque eu levanto sempre a perna do lado onde ela tem a cabeça, para além de que dou mama na nossa cama, sentada, e sempre que ela se mexe ou faz um simples “ai” eu desperto que nem relógio de cucu! 

Com 6 mesinhos a minha menina está mesmo crescida e querida! Nunca pensei ter uma benção tão grande na minha vida, mas tenho e agradeço por isso todos os dias! Assim como agradeço todos os dias por ter o homem que tenho do meu lado. Sem ele, muitas vezes não teria a força que tenho hoje! Até ao próximo episódio de as “Histórias que Vivo”! 😉

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Destaques do autor: Neil Gaiman

Mãos numa máquina de escrever

 Neil Gaiman é um dos escritores mais influentes da fantasia e da ficção contemporânea, com uma carreira repleta de curiosidades e histórias fascinantes. Aqui estão alguns factos interessantes sobre o autor:

1. Começou como jornalista:

Neil Gaiman começou a sua carreira como jornalista, entrevistando músicos e escritores. Esse trabalho ajudou não apenas a financiar suas aspirações como escritor, mas também lhe deu a chance de conhecer alguns dos seus ídolos literários, como Douglas Adams.

2. História com Quadradinhos:

Gaiman ficou famoso com o seu trabalho na série de quadradinhos Sandman, publicada pela DC Comics. A série, que se tornou um grande sucesso, revolucionou o género ao trazer uma narrativa literária e complexa para os quadradinhos. Sandman ainda é uma das séries mais aclamadas, tendo sido adaptada recentemente para a televisão pela Netflix. 

3. Influência de Mitos e Lendas:

Fascinado por mitologia e folclore, Neil Gaiman incorpora muitos elementos mitológicos nas suas obras. Ele é especialmente atraído pela mitologia nórdica, que explorou profundamente em seu livro Mitologia Nórdica, onde reconta lendas de deuses como Odin, Thor e Loki com o seu toque único.

4. Grande Fã de Bibliotecas:

Neil Gaiman cresceu frequentando bibliotecas e credita a elas grande parte de sua formação como leitor e escritor. Ele é um defensor das bibliotecas públicas e acredita que elas são essenciais para o desenvolvimento intelectual e criativo de qualquer comunidade. 

5. Casado com Amanda Palmer:

Gaiman é casado com a artista e cantora Amanda Palmer, e os dois compartilham um relacionamento bastante aberto e criativo. Eles colaboram em projetos juntos e têm uma dinâmica que permite que ambos explorem a sua arte de forma independente e livre. 

6. Adaptação das suas obras para outros formatos:

Muitas das suas histórias foram adaptadas para o cinema e a televisão, incluindo CoralineStardust e Good Omens. Esta última, escrita em parceria com Terry Pratchett, foi transformada em uma série muito popular, com Neil Gaiman envolvido diretamente na adaptação para garantir fidelidade à obra. 

7. Amor por animais:

Neil Gaiman tem um carinho especial por animais, especialmente pelos seus gatos. Ele é um amante declarado de gatos e muitas vezes compartilha fotos e histórias sobre os seus animais de estimação nas redes sociais, o que o aproxima dos seus fãs, este seu lado mais pessoal. 

8. Grande Influência na Cultura Pop:

Gaiman é das figuras centrais na literatura de fantasia e horror, e as suas histórias influenciaram não só outros escritores, mas também a cultura pop. Ele já colaborou com diversos criadores e artistas, como os músicos Tori Amos e David Bowie, e é uma presença constante em eventos de ficção e cultura geek. 

9. Prémios e Reconhecimento:

Neil Gaiman recebeu inúmeros prémios o Hugo, o Nebula e o Bram Stoker. Ele é um dos poucos escritores a ganhar tanto o Newbery quanto o Carnegie Medal, duas das maiores honrarias em literatura infantil, pelo The Graveyard Book. 

10. Preocupação com a Liberdade de Expressão:

Além de defender as bibliotecas, Gaiman é um firme apoiador da liberdade de expressão. Ele é membro da organização de escritores PEN América e frequentemente se posiciona contra censura, acreditando que a literatura deve ser livre para explorar todos os aspectos da condição humana. 

Estas curiosidades mostram o quanto Neil Gaiman, que é uma figura fascinante, não só pelo seu talento literário, mas também pela profundidade das suas influências e pela dedicação à arte e à liberdade criativa. 

Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças

Quando falamos de thrillers eletrizantes que misturam história, arte, religião e ciência , o nome Dan Brown vem imediatamente à mente. O aut...