És o demónio que me atenta. Apareces em sonhos, pesadelos, reflexos. Vejo-te no copo de vinho que não toquei. No espelho em que não me vi. Agarras-me na mão e não te vejo. És o fantasma que me atormenta durante o dia. O demónio que me atormenta durante a noite. Sugas a minha vontade de viver, levantar e enfrentar um novo dia. Não consigo evitar dormir contigo no pensamento. Os teus lábios no meu pescoço, as tuas mãos nas minhas, o sorriso entre beijos. Tudo em ti me vicia. Prisioneira de ti, da noite, de nós…
Mas que nós? Tu só apareces quando queres e vais quando queres. Eu fico aqui, à espera, à espera... Eternamente à espera! Espero que acabes com as palavras e passes a ações. Espero que me demonstres que podes pegar em mim e levar-me para longe. Mas, eu matei-te.
Ontem foi o teu funeral. Todos choravam a tua perda. Eu bebi e brindei a ti. Bebi a garrafa de Casal Garcia que me ofereceste naquele dia. Sabes? O dia em que mentiste e disseste que amavas. Um brinde a ti, um brinde a mim, um brinde a nós.
Sem comentários:
Enviar um comentário