terça-feira, 15 de outubro de 2024

Rotina de escrita: Anne Rice


 Anne Rice, autora de “Entrevista com o Vampiro”, é a rainha do gótico moderno, com uma rotina de escrita que beirava o sobrenatural! Primeiro nada de café de manhã com a luz do sol! A sua jornada criativa começava quando o resto do mundo já estava preparado para dormir. Rice mergulhava na escuridão e escrevia - perfeita para evocar os seus vampiros e seres misteriosos! Era como se as sombras da noite dessem a ela uma energia secreta, transformando a quietude em pura inspiração. 

Rice podia passar horas e horas a escrever, e quando digo horas…falo HORAS! Anne escrevia como se os seus personagens a possuíssem, ficando até, por vezes, doze horas em frente ao teclado, sem parar para respirar (ou comer…ou dormir!) Mas nada de rascunhos curtos e polidos na primeira tentativa! Não, senhor! Anne acreditava em despejar todas as suas ideias na página, sem freios. E o resultado? Manuscritos gigantescos, quase imortais como os seus vampiros, que depois passavam por refinamentos. 

E o melhor de tudo? Anne era tão apaixonada pelos seus personagens que, quando mergulhava de volta nas suas séries - como “As Crónicas Vampirescas” - parecia que ela estava a rever velhos amigos (mortos-vivos, mas ainda assim, amigos!). A intensidade emocional de Rice era palpável, cada palavra tinha peso, como se estivesse a derramar a sua própria alma no papel! 

E assim, com noites longas, café escuro, e uma pitada de mistério, Anne Rice transforma o mundo sombrio em pura literatura…e ainda faz por parecer que é tudo uma questão de magia! 

Ainda que a sua rotina noturna tenha sido alterada com o nascimento do seu filho, Rice continuou a sua magia durante os sonhos do seu filho.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

O amanhã sempre vem


A saudade pesa. Pesa no peito, pesa no corpo e ainda assim não a vejo. Não consigo ver o seu peso quando me ponho em cima da balança. Nem tão pouco a vejo no espelho do nosso quarto. Sinto a tua ausência. O vazio na nossa cama, o vazio no meu peito. O silêncio ensurdecedor nas paredes da casa. O telemóvel que não toca mais com as tuas mensagens. Nem um bom dia, nem como é que estás. 
As lágrimas que deito, escorrem-se pela cara e morrem na minha boca. Gostaria que a vida fosse mais simples. O céu sempre azul. Mas, as nuvens prevalecem e a chuva cai a potes. Qual música poderosa que compete comigo…
Tenho cadernos cheios na estante. Mais de mil cartas que te escrevi. Nunca as leste. Sentimentos declarados em papel espelhados… Nos meus olhos os provaste e em teus sonhos os revelaste. Acaba a tempestade e acabamos nós. Mas, sabes? Ou melhor…sabias? Assim como é certo que o sol se põe, também é certo que ele nasce. 


terça-feira, 8 de outubro de 2024

“Nunca me esqueças“ de Lesley Pearce

Início da leitura: 17 de agosto de 2024

Fim da leitura: 03 de outubro de 2024

Rating: ⭑⭑⭑⭑

Ao chegar ao fim do livro percebe-se que se trata de uma história real, e se há algo que eu gosto de ler são histórias verídicas. Acabamos por não saber ao certo o que aconteceu a Mary após a partida dela de Londres. Mas, a autora imagina que Mary acabara por se casar e ter filhos novamente. 

O livro começa numa sala de tribunal, o que nos prende logo desde a primeira página. Uma história passada em 1786 e nos anos seguintes, onde a pena de morte é real e onde as pessoas são deportadas para ilhas sem condições de sobrevivência até cumprirem a sua pena. 

Mary mostrou-se ser destemida ao pedir o mínimo de condições de higiene e de sobrevivência, e não apenas para seu benefício próprio. Tendo engravidado em duas circunstâncias completamente diferentes e ainda ter conseguido fugir da prisão da ilha, só para mais tarde ter de enfrentar mais adversidades e consequências muito piores. Mas foi também a sua coragem, que lhe garantiu um futuro melhor após ter enfrentado tanta dor e desgosto. 

Não foi um livro que eu dissesse “uau”, nem que me pusesse de certa forma colada a ele em algum momento. Na verdade, estive literalmente a “mastigar” os três últimos capítulos. Ainda assim, estes livros são também muito preciosos. Obrigada pela viagem ao mundo da Mary. Ela acaba por nos ensinar que mesmo no fundo do poço, somos nós quem comandamos a nossa vida. 

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Livro físico “Nunca me esqueças” de Lesley Pearce

Ebook “Nunca me esqueças” de Lesley Pearce

Livro de bolso “Nunca me esqueças” de Lesley Pearce

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Anne Rice’s writing advice

 


“Write the book of your dreams, write what you want to be known for.”

“You may write two or three chapters of a book and decide you hate it. Don’t throw it away, save it.”

“Create, through writing, the person you want to be.”

“The great thing about our profession is there are no rules.”

“Don’t ever think that you have to know a whole lot about publishing to break in, you really don’t.”

“Never revise that book because you got a rejection from an editor with a bunch of negative advice. Any editor who rejects your book doesn’t get it.”

“Don’t hesitate to write one sentence paragraphs and short paragraphs in general…never, never bury a key revelation or surprise or important physical gesture by character at the end of an existing paragraph. Move this to a new paragraph.”

“If the plot takes a high improbable turn, acknowledge that through having the characters acknowledge it.”

“Never get trapped into thinking that if you have a character open a door, he necessarily has to close it later on…you are creating a visual impression of a scene, and you don’t need to spotlight every gesture.”

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Rotina de escrita: Mark Haddon


 Muitos grandes autores da nossa atualidade, têm rotinas de escrita. E esta crónica serve para conhecermos algumas delas. Hoje, viemos conhecer a rotina de escrita do autor deste mês: Mark Haddon.

A rotina de escrita do autor de “O Estranho Caso do Cão Morto” é bastante estruturada, mas também flexível. Como vimos no “Destaques do Autor: Mark Haddon” , o autor é conhecido por ser disciplinado. No entanto, a sua abordagem ao trabalho é influenciada pelo projecto que está a desenvolver. 

1. Horário de Trabalho:

Geralmente escreve durante o dia, começando de manhã e trabalhando até ao início da tarde. Valoriza a manhã para o trabalho mais criativo e intenso, uma vez que considera que esse é o momento em que a sua mente está mais fresca.

2. Disciplina e Flexibilidade

Embora tenha uma rotina disciplinada, Haddon é também flexível. Acredita na importância de se dar tempo para refletir e não tem medo de fazer pausas quando necessário. Se estiver a passar por um bloqueio criativo, o autor permite-se afastar da escrita para fazer outra coisa, como caminhar ou atividades que não estejam relacionadas ao trabalho.

3. Escrita Longhand:

Por vezes o autor prefere escrever à mão em vez de usar um computador, especialmente no estágio inicial do seu processo criativo. Isto permite-lhe pensar de forma mais clara e menos interrompida. 

4. Revisão e Reescrita: 

Haddon é muito dedicado ao seu processo de revisão. O autor passa muito tempo reescrevendo e polindo o seu trabalho. É inclusive muito comum que o autor revise um texto inúmeras vezes antes de considerar que está finalizado. 

5. Influências e Inspirações: 

Haddon busca inspiração de diversas fontes, incluindo literatura, artes visuais e experiências pessoais. Valoriza ainda a importância de estar aberto a novas ideias e influências, o que acaba muitas vezes por enriquecer a sua escrita.

6. Equilíbrio Vida-Trabalho:

O autor esforça-se por não deixar que a escrita domine completamente a sua vida, procurando sempre reservar tempo para a família, amigos e outras atividades que lhe tragam prazer. 

Em suma, Mark Haddon combina disciplina e flexibilidade na sua rotina e dá uma forte ênfase na revisão e na qualidade do seu trabalho final. 


terça-feira, 17 de setembro de 2024

Destaques do autor: Mark Haddon


Mark Haddon nasceu em 1962, a 26 de Setembro, em Northampton. Vive em Oxford com a sua mulher Sos Elvis e os seus dois filhos. É vegetariano e ateu.

Apesar de parecer, não se considera um escritor disciplinado. Apenas porque não deixa qualquer rascunho vir cá para fora. O autor inicia muitas coisas e felizmente tem pessoas que lêem tudo aquilo que escreve, como a sua mulher que lhe diz se algo que ele escreveu resulta ou não. Muitas vezes, o autor não sabe bem o que está a criar. O que começa sendo um poema, pode tornar-se uma cena, possivelmente um romance e no fim uma história curta.

O seu pai era arquitecto e o autor admite que quando escreve uma cena, tem que desenhar a planta daquela divisão e assim visualizar melhor como está tudo organizado. E talvez seja por isso que o autor seja tão bom nas descrições que faz nas suas obras. Chega mesmo a precisar dessas descrições tanto naquilo que lê, tanto naquilo que escreve para aquela cena lhe pareça real. Trabalhou como ilustrador e cartoonista em diversos jornais e revistas, junto de adultos e crianças com necessidades educativas especiais.

Ao ter trabalhado em televisão, mais propriamente, shows para crianças, foi de certa forma obrigado a escrever para reter a atenção do leitor, e não cair na tentação de escrever sobre ele próprio. Até porque muitas vezes tinha que reescrever vários episódios, só porque o produtor decidia fazer algo completamente diferente naquele episódio.

Mark Haddon ensina a escrever pelo menos uma vez ao ano na Fundação Vaughan, mas não acredita que se consiga ensinar a escrever bem. Normalmente, os bons escritores são aqueles que se descobrem por acaso e os que acabam por quebrar todas as regras da escrita. Ele ensina as regras e é importante saber as regras da escrita, mas isso é apenas a base.

O autor aconselha a ler aquilo que se escreveu em voz alta. Por vezes aquilo que parece bem escrito, por vezes lido em voz alta não faz muito sentido, não soa tão bem. Por isso, por vezes, pode ser descartado. Assim como também se pode melhorar um mau texto.

Conhecido pelo seu romance O Estranho Caso do Cão Morto, lançado em 2003. Foi vencedor de prémios como o Guardian Children’s Fiction Prize 2003, o Commonwealth Writers Prize Best First Book Award 2004 e o Whitbread Book of the Year Award 2004.

Publicou o seu primeiro livro para crianças, Gilbert’s Gobstopper, em 1987, ao qual se seguiram outros títulos dirigidos aos público infanto-juvenil.

Depois de uma viagem pela poesia, Mark Haddon regressou à prosa com Boom! Em 2009, A Casa Vermelha em 2012, The Pier Falls em 2016 e O Golfinho em 2019.

Para veres mais conselhos sobre escrita do autor, clica no link abaixo

Writing advice from Mark Haddon


Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças

Quando falamos de thrillers eletrizantes que misturam história, arte, religião e ciência , o nome Dan Brown vem imediatamente à mente. O aut...