sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Rotina de Escrita de George R.R. Martin: Segredos do Autor de A Guerra dos Tronos

Rotina de escrita de George R.R. Martin

Se és fã de A Guerra dos Tronos ou da série literária As Crónicas de Gelo e Fogo, certamente já te perguntaste como George R.R. Martin cria universos tão complexos e personagens tão marcantes. Conhecido tanto pela sua genialidade quanto pela demora em lançar novos livros, Martin tem uma rotina de escrita peculiar que intriga leitores e aspirantes a escritores em todo o mundo. 

Neste artigo, vamos explorar como é o processo criativo de George R.R. Martin, que hábitos ele cultiva no seu dia a dia e o que podemos aprender com a sua forma de escrever. 

A Divisão Entre o “Jardineiro” e o “Arquiteto”

Martin divide os escritores em dois tipos: arquitetos e jardineiros. Ele próprio considera-se um jardineiro - alguém que planta ideias e vai desenvolvendo a história à medida que escreve, sem necessariamente seguir um plano rígido. 

“Os jardineiros plantam uma semente e deixam a história crescer organicamente.” - George R.R. Martin

Este método, embora menos previsível, permite um maior espaço para a criatividade e para reviravoltas surpreendentes, como as que vemos constantemente nos seus livros. 

O Espaço de Escrita de George R.R. Martin

Ao contrário do que se possa imaginar, George R.R. Martin não usa softwares de escrita mais modernos. Ele escreve os seus livros numa máquina antiga chamada WordStar 4.0, num computador DOS dos anos 80. 

Segundo o autor, esta ferramenta evita distrações e ajuda-o a manter o foco. Num mundo onde notificações e redes sociais interrompem constantemente o processo criativo, o minimalismo do seu método é surpreendentemente eficaz. 

Horário de Escrita

Martin é um notívago. Costuma escrever durante a noite, quando a casa está silenciosa e a mente pode divagar sem interrupções. Embora ele não siga horários fixos, tende a trabalhar melhor entre o fim da tarde e o início da madrugada. 

A sua produtividade varia - há dias em que escreve várias páginas e outros em que passa horas a pensar num único parágrafo. Para ele, qualidade vem antes de quantidade. 

A Disciplina (ou Falta Dela)

Martin já admitiu que luta com prazos. O longo intervalo entre os livros da série As Crónicas de Gelo e Fogo é frequentemente alvo de piadas na internet, mas reflete um perfeccionismo rigoroso.

Apesar de não ser o exemplo mais tradicional da disciplina, a sua dedicação à profundidade dos personagens e à construção do mundo mostra que cada palavra é cuidadosamente escolhida. 

O que podemos aprender com George R.R. Martin?

Se és escritor ou pretendes entrar no mundo da escrita criativa, aqui ficam algumas lições valiosas da rotina de Martin:

  • Encontra o teu próprio processo: Não há uma fórmula mágica. O que funciona para uns pode não funcionar para outros.
  • Aceita o caos criativo: O planeamento é útil, mas deixar espaço para a improvisação pode tornar a história mais rica.
  • Elimina distrações: Ferramentas simples ou mesmo antigas podem ser aliadas poderosas na concentração. 
  • Respeita o teu ritmo: Nem todos escrevem 5.000 palavras por dia - e está tudo bem. 
George R.R. Martin é um escritor único, cuja rotina reflete tanto o seu génio quanto os desafios da criação literária. A sua abordagem “jardineira”, o uso de tecnologia retro e a preferência pelas noites silenciosas são elementos que, embora incomuns, resultaram numa das sagas mais épicas da literatura moderna. 

Queres melhorar a tua própria escrita? Experimenta adaptar algumas dessas estratégias à tua rotina! 

terça-feira, 3 de junho de 2025

Conselhos de Escrita de George R.R. Martin: O que aprender com o autor de “A Guerra dos Tronos”

George R.R. Martin

Se és apaixonado por escrita criativa e sonhas em publicar o teu próprio livro, há muito que aprender com
George R.R. Martin, o mestre por detrás da saga “As Crónicas de Gelo e Fogo”, que inspirou a série de sucesso “A Guerra dos Tronos” (Game of Thrones). Com uma carreira literária de décadas, Martin tornou-se referência quando o assunto é criação de mundos complexos, personagens realistas e enredos imprevisíveis. 

Neste artigo, vamos explorar os principais conselhos de escrita de George R.R. Martin e como podes aplicá-los à tua própria jornada como escritor ou escritora. 

1. Escreve primeiro para ti, depois para o público

Martin acredita que o primeiro leitor que deves satisfazer és tu mesmo. Em entrevistas ele já afirmou: 

“Escreve o tipo de histórias que gostarias de ler. Se tentares seguir tendências ou agradar o mercado, vais perder a tua voz.”

Dica prática: Cria uma lista dos teus livros e géneros preferidos. Isso pode ajudar-te a perceber que tipo de história estás destinado(a) a contar. 

2. Constrói mundos ricos e autênticos 

Um dos maiores trunfos de Martin é a construção de mundos detalhados. Westeros não é apenas um cenário - é um universo com história, política, religião, economia e conflitos sociais.

Dica prática: Faz perguntas sobre o teu mundo fictício: como funciona o sistema de governo? Há religiões ou crenças distintas? O que motiva as personagens? 

3. Cria personagens moralmente ambíguas

Em vez de heróis e vilões unidimensionais, Martin oferece-nos personagens como Tyrion, Cersei e Jaime Lannister - complexos, contraditórios e humanos. 

Dica prática: Evita o clichê do “bom vs mau”. Dá às tuas personagens objetivos claros, falhas realistas e passados que justifiquem as suas escolhas. 

4. Não apresses o processo 

Martin é conhecido por demorar anos a terminar os seus livros - algo que frusta os fãs, mas que demonstra respeito pelo processo criativo. 
“Escrever um bom livro leva o tempo que tem de levar.”

Dica prática: cria uma rotina de escrita consistente. Usa ferramentas como o Scrivener ou o Notion para organizar o teu processo.

5. Planeador ou jardineiro?

Martin divide escritores em dois tipos: arquitectos (planeadores) e jardineiros (descobridores). Ele considera-se um jardineiro, escrevendo sem conhecer todo o desfecho, deixando que a história floresça por si. 

Dica prática: Descobre o teu estilo. Se gostas de planear cada detalhe, usa mapas mentais ou esquemas. Se preferes descobrir à medida que escreves, permite-te explorar sem medo. 

Os conselhos de escrita de George R.R. Matin vão muito além da fantasia. São lições valiosas para qualquer escritor ou escritora que queira contar histórias autênticas, profundas e inesquecíveis. Lembra-te: não há fórmula mágica. O mais importante é continuar a escrever. 


sexta-feira, 30 de maio de 2025

O Segredo da Criada - Um Thriller Psicológico de Tensão e Mentiras

Capa do livro O Segredo da Criada

Data de início:
03 de Maio de 2025

Data de fim: 09 de Maio de 2025

Rating:★★★★☆

Depois do enorme sucesso de A Criada, a autora regressa com uma sequela ainda mais viciante: O Segredo da Criada. Neste segundo volume, reencontramos Millie, agora mais madura, mas ainda perseguida pelos seus traumas do passado e envolvida em novos jogos perigosos onde nada é o que parece. Foi sem dúvida, um livro viciante para mim!

Resumo (sem spoilers):

Após os acontecimentos tensos em A Criada, Millie tenta recomeçar a sua vida, determinada a não repetir os erros do passado. Consegue um novo emprego como governanta numa casa aparentemente perfeita, mas logo percebe que os segredos ali escondidos são mais sombrios do que qualquer coisa que tenha enfrentado antes.

Há novas personagens enigmáticas, um casal misterioso com comportamentos estranhos e uma atmosfera cada vez mais sufocante. Millie vê-se de novo envolvida numa teia de mentiras, manipulação e perigo - mas desta vez, ela está mais preparada…ou assim pensa. 

Opinião Pessoal:

Para mim, O Segredo da Criada consegue o raro feito de ser ainda mais intenso e imprevisível que o primeiro livro. A escrita continua fluida e cinematográfica, e a autora conduz-nos por um labirinto psicológico cheio de pistas falsas e viragens chocantes. 

Millie evoluiu como personagem - continua empática e imperfeita, mas agora carrega cicatrizes que a tornam mais forte e estratégica. O final é explosivo, com uma reviravolta que me deixou de queixo caído.

Este livro é ideal para quem procura um thriller doméstico cheio de tensão, com uma protagonista complexa e um enredo que prende do início ao fim. 

Se adoraste A Criada, O Segredo da Criada é uma sequela imperdível. Traz mais profundidade à protagonista, aumenta o mistério e entrega um desfecho que vale cada página. Leitura perfeita para os amantes de thrillers intensos e inteligentes. 

Onde comprar (Link Afiliado)

 https://www.bertrand.pt/livro/o-segredo-da-criada-freida-mcfadden/29174903?a_aid=66a7581851914

terça-feira, 27 de maio de 2025

Explorar Novos Géneros Literários: O Caminho para Ampliar o Teu Potencial Criativo

 

Biblioteca de livros

Se estás a começar a tua jornada na escrita criativa, é natural que te sintas mais confortável com um único género - como o conto, o romance e a poesia. No entanto, experimentar diferentes géneros literários pode ser o passo que falta para desbloqueares o teu verdadeiro potencial criativo. 

Neste artigo, vamos mostrar-te porque motivo explorar novos géneros literários é essencial para o teu crescimento como escritor, e ainda partilhar recursos úteis para continuares a evoluir. 

Porque deves experimentar outros géneros literários?

1. Expandes as tuas técnicas narrativas

Cada género tem exigências e estruturas próprias. Quando escreves um drama, ganhas prática em criar diálogos autênticos e conflitos realistas. Com a poesia, aprendes a usar a linguagem com mais precisão e impacto emocional. Já a ficção científica desafia-te a construir mundos verosímeis e integrar elementos fantásticos com lógica interna. 

2. Desenvolves uma voz mais rica e versátil 

Ao experimentares vários estilos e formatos, a tua escrita torna-se mais fluida, adaptável e expressiva. Descobres recursos que talvez nunca usasses no teu género habitual, mas que se revelam extremamente eficazes quando combinados de forma criativa. 

3. Descobres novas paixões e públicos

Muitos escritores iniciam-se num género e acabam por se apaixonar por outro inesperadamente. Além disso, a diversificação permite-te alcançar públicos diferentes e ampliar as tuas oportunidades de publicação e reconhecimento. 

Como começar a explorar novos géneros?

  • Faz pequenos exercícios: Dedica uma tarde a escrever um microconto de ficção científica, um poema curto ou uma cena dramática. 
  • Lê fora da tua zona de conforto: A leitura é uma das formas mais eficazes de internalizar os elementos de cada género.
  • Aceita o “fracasso produtivo”: Escrever num novo género pode ser desafiante, mas cada tentativa ensina-te algo valioso. 

Sugestões de géneros para experimentares com benefícios criativos

Drama: melhora os diálogos e os conflitos interpessoais.

Poesia: aumenta a precisão, ritmo e sensorialidade.

Não-ficção: desenvolve observação e estruturação de ideias.

Ficção científica: estimula a criatividade e a construção de mundos. 

Cresce com cada género

Explorar diferentes géneros literários não significa abandonar o teu estilo principal, mas sim alimentá-lo com novas técnicas, ideias e possibilidades. Não te limites a um só caminho: escreve poesia para refinar a tua prosa, tenta ficção especulativa para desenvolver o teu enredo, experimenta a crónica para entender melhor o mundo ao teu redor.

Lembra-te: a tua escrita cresce à medida que te permites experimentar. 

sexta-feira, 23 de maio de 2025

A Criada de Freida McFadden - Um Thriller Viciante que Não Vais Conseguir Largar

A Criada de Freida McFadden

Data de início:
22 de Abril de 2025

Data de fim: 03 de Maio de 2025

Rating: ★★★★.5

Se procuras um thriller psicológico arrebatador, com reviravoltas inesperadas e uma narrativa viciante, A Criada  de Freida McFadden é a leitura perfeita para ti. Este bestseller internacional conquistou milhares de leitores com o seu ritmo frenético, personagens intrigantes e um final de cortar a respiração. Mas será que vale mesmo a pena?

Sinopse resumida (sem spoilers)

Millie, uma jovem sem perspectivas e desesperada por um recomeço, aceita um emprego como criada na mansão de Nina Winchester. À primeira vista, a oferta parece um milagre: um quarto confortável, refeições incluídas e um salário atrativo. Mas rapidamente percebe que por trás das paredes daquela casa luxuosa esconde-se um ambiente inquietante, repleto de segredos sombrios. E quando a linha entre o que é certo e errado começa a esbater-se, Millie vê-se presa num jogo perigoso. 

O que torna A Criada tão envolvente?

  • Narrativa em primeira pessoa que cria uma ligação imediata com a protagonista, fazendo o leitor sentir-se dentro da história.
  • Capítulos curtos e viciantes, com finais em suspenso que te obrigam a virar “só mais uma página”.
  • Atmosfera claustrofóbica, perfeita para quem adora thrillers intensos e psicológicos.
  • Reviravoltas imprevisíveis que desafiam as expectativas e mantém a tensão até à última linha. 

Vale a pena ler A Criada?

Sim, sem dúvida. A Criada é um page-turner brilhante, com a dose certa de suspense, mistério e emoção. Perfeito para leitores que adoram ser surpreendidos, este livro mostra porque razão Freida McFadden é uma das autoras mais faladas da atualidade. 
No início do livro odiava a Nina, não entendia como podia ser daquela maneira. Gostei logo do Enzo, a tentar desde o início avisar a Millie. Depois comecei a entender a Nina e a odiar o Andy… O desfecho do livro…esse? Fenomenal! Adorei! 
Se gostas de histórias com personagens moralmente ambíguas, mentiras bem escondidas e uma boa dose de manipulação psicológica, este livro é para ti. 

terça-feira, 20 de maio de 2025

MasterClass de Amy Tan

Fotografia de Amy Tan

 Se procuras inspiração para escrever com alma, emoção e autenticidade, Amy Tan é um nome que deves conhecer. Autora de The Joy Luck Club (O Clube da Felicidade e da Sorte), Tan é uma das vozes mais influentes da literatura contemporânea, especialmente no retrato das relações entre mães e filhas e da experiência de imigrantes chineses nos Estados Unidos.

Quem é Amy Tan?

Amy Tan nasceu em 1952, na Califórnia, filha de pais chineses imigrantes. A sua infância foi marcada por contrastes culturais, perdas familiares e uma busca por identidade. Inicialmente, seguiu uma carreira empresarial, mas a escrita acabou por chamá-la de volta às suas raízes - e ao seu coração. 

O que inspirou The Joy Luck Club?

Tan escreveu The Joy Luck Club após uma viagem marcante à China com a mãe. Essa jornada despertou nela uma profunda conexão com as suas origens e com as histórias que a sua mãe lhe contava em criança. O livro nasceu como uma tentativa de compreender a sua herança cultural e dar voz a uma geração de mulheres silenciadas pela tradição. 

A obra tornou-se num bestseller internacional e foi adaptada para o cinema, sendo considerada um marco na representação asiático- americana na literatura e no ecrã. 

Os conselhos de Amy Tan sobre escrita

Amy Tan é conhecida por defender a escrita como uma ferramenta de cura e descoberta pessoal. Os seus principais conselhos incluem:

  • Escreve com verdade emocional: não te preocupes com as regras literárias, preocupa-te com o que sentes.
  • Explora a tua história: mesmo as experiências pessoais têm valor universal.
  • Aceita o processo imperfeito: escrever bem exige reescrever - e aceitar que o primeiro rascunho não será o último.

O processo criativo de Amy Tan 

Tan descreve o seu processo como profundamente intuitivo. Ela não começa com uma estrutura rígida, mas com uma imagem, emoção ou pergunta. Gosta de escrever em silêncio, deixando que as palavras a encontrem em vez de forçá-las. 

Para Amy, a escrita é menos sobre técnica e mais sobre empatia, escuta interior e sensibilidade cultural. Ela costuma reler cartas, fotos antigas e memórias como ponto de partida. 

Como Amy Tan lida com a página em branco

Amy admite que o bloqueio criativo é real - e não raro. Para combatê-lo, ela: 

  • Relê trechos de livros que a emocionam;
  • Escreve cenas soltas, sem compromisso com a ordem;
  • Permite-se escrever mal no início, confiando que a beleza virá na Reescrita. 
“Escrever é como entrar numa sala escura à procura da luz. Tens que confiar que ela está lá.”

Dicas de Amy Tan: 

Revê várias vezes. Vê onde há redundâncias, confusão. Vê se as coisas são reais. Usaste clichês, romantizaste demais?

Lê o manuscrito em voz alta. Lê um personagem e vê se ele é consistente durante toda a história. Vê onde mudaram de uma forma natural. 

Quando escreves tenta bloquear o que está a acontecer na tua vida e o que está a acontecer no mundo. 

Cria um ritual para entrar no mundo criativo. Acende uma vela ou incenso. Escolhe uma música que seja compatível com a cena que vais escrever. 

Lê mais posts do género aqui: 

MasterClass de outros autores


Curiosidades Fascinantes sobre Dan Brown que talvez não conheças

Quando falamos de thrillers eletrizantes que misturam história, arte, religião e ciência , o nome Dan Brown vem imediatamente à mente. O aut...